O problema teve início com a apresentação de relatório de impactos ambientais de uma obra de Eike Batista
Com 20 anos de profissão e conhecida internacionalmente, a pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – Unidade Pantanal (MS), – Débora Fernandes Calheiros, afirma estar sofrendo “perseguição” no ambiente de trabalho devido um parecer técnico.
O problema teve início em 2006. Na ocasião a pesquisadora apresentou um parecer técnico a pedido da própria Embrapa, onde aponta os impactos ambientais provenientes da construção da empresa do grupo EBX, do empresário Eike Batista, no pólo siderúrgico de Corumbá (MS).
Desde então a pesquisadora denuncia que vem sendo afastada de estudos considerados importantes. Débora estava há dois anos em uma comissão do Conselho Nacional de Recursos Hídricos que discutia com o Ministério do Meio Ambiente assuntos relacionados a construção de 116 hidrelétricas previstas para a bacia do Alto Paraguai. Porém, no mês de outubro, foi afastada da comissão.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), Vicente Almeida, já é certo para a pesquisadora que as hidrelétricas irão afetar o funcionamento hidroecológico do Pantanal Matogrossense, a pesca e o turismo de pesca, que são atividades econômicas e de subsistência das comunidades ribeirinhas. Para Almeida, o afastamento foi ocasionado por pressão política. “A própria chefe da Unidade disse que recebeu pressão de setores do governo do Mato Grosso do Sul para a retirada da Débora da comissão. Essas são questões que se colocam à frente do interesse público e à frente da missão que a Embrapa deve ter”, afirma o sindicalista
A Radioagência NP entrou em contato com da Embrapa Pantanal para falar com a chefe da Unidade, Emiko de Resende, que não respondeu.
Danilo Augusto.
Radioagência NP
Brasil de Fato