29/08/2014 07h59 – Atualizado em 29/08/2014 07h59
Fonte: Botucatu
Dia 29 de agosto é o dia de combate a desnutrição. Entende-se por desnutrição a combinação de uma dieta inadequada com infecções.
Em crianças, isso é traduzido como crescimento deficiente, tendo peso e altura menores. Considera-se uma criança gravemente desnutrida aquela que apresentar 70% a menos do seu peso ideal. “A criança desnutrida apresenta problemas de pele, humor e, algumas vezes, despigmentação”.
As vantagens da boa alimentação – complementação alimentar
Antigamente, o solo era rico e por isso os alimentos eram mais completos. Naquele tempo não se usavam produtos químicos. A poluição industrial, o uso de adubos químicos, hormônios em animais e pesticidas colaboram para que tenhamos menos saúde e contaminam o meio ambiente, o produtor e o consumidor.
O uso de concentrados de minerais e vitaminas (farelos, pó de folhas, pó de sementes, pó de casca de ovo) em doses mínimas, mas constantemente acrescidos à nossa alimentação tradicional, fornece nutrientes que são indispensáveis para:
- promover o crescimento (dentro e fora do útero),
- aumentar a resistência às infecções,
- prevenir e curar a anemia nutricional,
- diminuir diarreias,
- diminuir doenças respiratórias e
- manter a saúde.
O Brasil é um país muito rico em alimentos. Cada região precisa valorizar essa riqueza para que todos possam comer melhor. Vejamos:
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No Norte: jambu, jambo, castanha-do-pará, macaxeira, caruru, abóbora, manga, coentro, vinagreira, maniçoba, tucupi, pupunha, buriti, peixes, piracuí, tacacá, milho, dendê, gergelim etc.
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No Nordeste: caju, jaca, coco, macaxeira, inhame, camarão, mariscos, peixes, abóbora, coentro, bredo, vinagreira, manga, quiabento, quiabo, cuxá, castanha, óleo e mesocarpo de babaçu, vatapá, caruru, milho etc.
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No Centro-Oeste/Sudeste: Pequi, buriti, guariroba, jaca, abóbora, mandioca, serralha, caruru, beldroega, coentro, galinhada, maria-isabel, baião-de-dois, ora-pro-nóbis, milho, pamonha, angu, feijoada etc.
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No Sul: abóbora, mandioca, peixes, camarão, serralha, beldroega, almeirão, escarola, rúcula, arroz-carreteiro, feijão tropeiro, milho, polenta, cevada, aveia, centeio, trigo, açúcar mascavo, linhaça.
Hoje estão sendo muito valorizados os alimentos funcionais (nutracêuticos). São alimentos que previnem, retardam e até curam doenças. São alimentos que promovem e mantém a saúde.
A mandioca é um exemplo. Sua folha é riquíssima em minerais e vitaminas e é quase toda desperdiçada. Tem mais ferro que a carne, mais vitamina A que o leite. E a composição e proporção entre seus nutrientes é tão perfeita que pequenas quantidades do seu pó acrescentadas todos os dias em nossa comida, pode, por exemplo, controlar a anemia, aumentar a imunidade e reduzir a gravidade das infecções como a dengue, malária, pneumonia, diarréia, aids, tuberculose, hanseníase, gripe. E também a cegueira noturna e a coceira dos olhos por deficiência de vitamina A.
A raiz, quando moída e prensada, libera o tucupi (manipuera) que serve como inseticida, mata saúva, dá um molho fantástico com ou sem pimenta, pode ser usado no tacacá, pato, carne etc. Vai bem na sopa e no arroz. Com jambu fica ainda melhor e mais completa em nutrientes. Logo teremos no comércio o tucupi em pó. Dele se extraem nutrientes muito caros e raros.
Também a fibra que sobra da extração do amido é mais cara que ele, devido a sua importância para prevenir câncer de intestino, reduzir tóxicos, normalizar colesterol etc., mas não está disponível comercialmente, ainda.
Lembre-se: a mandioca é orgânica, preserva o meio ambiente, o produtor e o consumidor. Nasce em todo o país. É brasileira.
O camapu, fisalis ou tomate de capote é um mato cujas folhas amargas protegem o fígado. Seus frutos ricos em vitaminas A, C e E, se usados desde criança, previnem a catarata e aumenta a resposta imunológica.
A chave de uma boa alimentação está ao alcance de todos.