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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Forças do governo da Síria usam violência sexual, denuncia entidade

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15/06/2012 10h33 – Atualizado em 15/06/2012 10h33

Fonte: G1

As forças do governo cometeram estupro e outras violências sexuais contra homens, mulheres e crianças durante a revolta na Síria, disse a Human Rights Watch nesta sexta-feira (15).

O grupo norte-americano disse que registrou 20 incidentes através de entrevistas, dentro e fora da Síria, com oito vítimas, incluindo quatro mulheres, e mais de 25 outras pessoas com conhecimento de abuso sexual, incluindo médicos, ex-detentos, desertores do Exército, e ativistas dos direitos das mulheres.

“A violência sexual na prisão é uma das muitas armas terríveis do arsenal de tortura do governo, e as forças de segurança sírias regularmente usam para humilhar e degradar prisioneiros com total impunidade”, afirmou a diretora no Oriente Médio da HRW, Sarah Leah Whitson.

“Os ataques não se limitam aos centros de detenção – as forças do governo e milicianos shabiha pró-governo também abusaram sexualmente de mulheres e meninas durante incursões em casas e batidas residenciais.”

Os casos foram notificados por toda a Síria, mas acima de tudo na província de Homs, epicentro da revolta.

A HRW citou um homem que disse ter sido detido na sucursal da Segurança Política em Latakia em uma cela com mais de 70 outras pessoas. Ele disse que os rapazes foram tratados pior do que os adultos, que voltavam às celas estuprados e com as unhas arrancadas.

“Um rapaz chegou na cela sangrando por trás. Ele não podia andar. Era algo que eles faziam apenas com os meninos. Nós chorávamos por eles”, contou o homem.

A HRW disse que muitos dos ataques ocorriam em circunstâncias em que comandantes sabiam ou deveriam saber dos crimes, tais como choques elétricos na genitália.

Em outra entrevista face a face, uma mulher da vizinhança Karm al-Zeitoun da cidade de Homs, que foi invadida pelas tropas de Assad, disse que ouviu as forças de segurança e milícias shabiha estuprarem seus vizinhos enquanto ela se escondia em seu apartamento, em março.

“Eu podia ouvir uma garota lutando com um dos homens… Ela o empurrou e ele atirou na cabeça dela “, disse a mulher, segundo a HRW. Ela disse que três meninas, a mais jovem tinha 12 anos, foram estupradas em seguida.

Alguns entrevistados disseram à organização de direitos humanos que as vítimas não queriam que suas famílias soubessem sobre o ataque por causa de medo ou vergonha. Em um caso, a HRW disse que uma mulher vítima de estupro estava disposta a ser entrevistada, mas seu marido a proibiu.

“Mesmo quando eles podem querer procurar ajuda, os sobreviventes sírios de agressão sexual têm acesso limitado a tratamento médico ou psicológico e outros serviços”, disse a HRW.

“É fundamental que os sobreviventes de violência sexual tenham acesso a serviços de emergência médica, assistência jurídica e apoio social para enfrentar danos causados ​pelo ataque; evitar a gravidez, HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, e para coletar evidências para apoiar a acusação dos criminosos.”

Carro destruído em Haffeh nesta quinta-feira (14), após a cidade ter sido bombardeada por forças sírias (Foto: AFP)

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