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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Tempo de reflexão

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Nesta semana os cristãos católicos celebram uma das manifestações de fé mais expressivas do calendário religioso, a paixão, morte e ressurreição. É sabido o que significou para a humanidade aquela tortura humana sofrida pelo homem-Deus. Nos dias que antecedem a paixão, as leituras bíblicas relatam lutas “ideológicas e religiosas” das correntes do judaísmo e do poder romano contra Jesus de Nazaré.

Não é segredo o quanto este foi perseguido, das mais diversas formas, entre elas através de calúnias. Jesus não morreu porque era um bandido ou porque merecia, sua morte foi fruto da verdade que pregava e da mentira sobre a qual vivia uma parte das sociedades judaica e romana. Se Jesus tivesse agido por conveniências teria vivido até a velhice, não!, ele não podia voltar atrás na verdade que pregara.

Ao longo dos séculos inúmeros cristãos tiveram o mesmo destino do Mestre, sendo acusados de retrógados, etc,. Hoje, Jesus seria acusado por nós de quê? Ou será que temos a ilusão que agiríamos diferente dos que o mataram? Ora, muitos vivemos de aparências ou do famoso jeitinho, mas para Jesus não há meias palavras, existe, claro amor e verdade, binômio inseparável.

Muitos cristãos dizem: “como eu gostaria de estar naquela época para acompanhar o Cristo no seu ministério, na sua dor”, pois pensam que agiriam diferente, mas é o próprio Cristo que evoca “não é aquele que diz Senhor, Senhor, mas aquele que faz a vontade do Pai que está no céu” que se salvará, portanto, ontem e hoje, o importante é fazer as obras de Deus, porque Ele continua entre nós.

Mas o que de fato vemos hoje é uma demonização das convicções e expressões cristãs. Basta um cristão expressar sua fé para ser chamado de intolerante ou de ultrapassado. Basta manifestar a doutrina cristã que conduz a sua vida para ser acusado de incompreensível. O cristão só pode ser livre para esconder sua crença, para expressá-la não…

Baseado na fé bíblica, discordar de algumas maneiras de pensar no mundo pós-moderno, já é motivo para processos e ataques de grupos que se dizem defensores dos direitos das minorias. Que as minorias ou maioria pensem diferente, tudo bem, mas exigir que os cristãos abdiquem de sua fé para serem considerados politicamente corretos é a mais contundente prova que não há liberdade de culto e muito menos de expressão.

Na semana da crucifixão de Jesus é importante o cristão lembrar que Cristo nunca ofereceu o paraíso terrestre que os homens egoisticamente desejam construí-lo, usando de artifícios que não combinam com a verdade. Ele simplesmente disse: “quem quiser me seguir, tome a sua cruz e ande…”. Ao olhar as mais variadas manifestações de intolerância, em nome de uma pseudo liberdade, vemos que o Cristo continua a ser incompreendido e morto por nossos gestos e atitudes.

Aliás, estamos vendo a demonização dos princípios cristãos. Se não abrirmos a boca para falar e revidar os ataques – com amor, é claro, acabaremos vendo o fim da liberdade religiosa, da liberdade de expressão – e de uma sociedade livre.

Cristo morreu pela sua posição em defesa da liberdade humana, aquela liberdade interior que faz o ser humano pessoa e não o aprisiona na sua humanidade. Esta semana é propícia para pensar nestas coisas. Quem sabe no domingo de Páscoa ressurgiremos com Ele!

Pe. Crispim Guimarães
Pároco da Paróquia Cristo Rei – Laguna Carapã

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