Por Priscilla Peres
Na última semana a presidente Dilma Rousseff anunciou que não permitirá a distribuição do chamado kit anti-homofobia proposto pelo Ministério da Educação à crianças de 07 a 10 anos.
O kit deveria conter vídeos que demonstram a homossexualidade entre crianças, com cenas explícitas de meninas se beijando e meninos mostrando interesses por outros meninos. A decisão do MEC de disponibilizar o kit para as crianças gerou uma série de discussões entre entidades que se manifestaram contra e a favor.
Arcebispo emérito da arquidiocese de Campo Grande, Dom Vitório Pavanello acredita que os chamados kits anti-homofobia não foram bem elaborados para serem distribuídos entre crianças, para ele a educação afetiva cabe aos pais e não exatamente à escola.
“O certo seria instruir os professores para auxiliar os alunos na questão afetiva, mas não apontar valores que incitam o desenvolvimento de uma ação homossexual”, destaca o arcebispo.
Segundo ele, a autoridade religiosa ainda explica que a Igreja Católica respeita as opções de cada um. “Porém temos que dizer que o comportamento homossexual não está de acordo com a lei natural, pois o homem está para a mulher e vice-versa”, acrescenta.
A Convenção Batista Brasileira também se manifestou contra o chamado kit-gay. Segundo o pastor Carlos Osmar Trapp, ainda não existe um documento da igreja específico em relação ao assunto, mas está claro que não há aceitação da ideia entre os batistas.
O pastor destaca que eles usam a Bíblia como regra de fé e prática e nela não existe sexo entre iguais, pelo contrário, condena o homossexualismo. Na quarta-feira (1), os batistas elaboraram um documento se posicionando contra o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, que propõe a criminalização da homofobia.
O professor e diretor de uma escola estadual de Campo Grande, Lucílio Souza Nobre explica que é complicado chegar com uma cartilha sobre o homossexualismo e apenas distribuir entre as crianças, pois teria um impacto negativo, seria preciso antes instruir os pais e os professores sobre o assunto.
“Acredito que deveria haver reuniões escolares com a família e deixar para que elas orientem os filhos. O papel de educar é dos pais e essa questão é muito pessoal para ser abordada de forma explícita entre crianças”, ressalta o professor.
Lucílio ainda contesta o público-alvo que receberia os kits, de acordo com ele a idade ideal seria a partir dos 15 anos, quando o adolescente já tem mais contato com a sociedade. Mesmo assim, o professor lembra que o assunto já é trabalhado de forma indireta dentro da escola, orientando sobre o respeito ao próximo.
Colaboração: Jocimar Lomba