05/07/2011 15h45 – Atualizado em 05/07/2011 15h45
Por Marco Antônio Ormai
Diante das discussões sobre a mudança de nome do estado de Mato Grosso do Sul, considero questionável a validade da manobra como alternativa para ajudar no desenvolvimento econômico, social e cultural do nosso estado.
Nunca me importei em ser chamado de “Mato Grosso” quando visitei outras partes do país, sei que isso acontece e continuará acontecendo pelo Brasil afora, tanto de nossa parte como de parte dos Mato-grossenses “do norte”.
Conheço bem minha terra natal e uma alcunha dessa não vai influenciar nesse conhecimento, bem lembrando que nasci em Amambai ainda estado de Mato Grosso e toda a minha geração contemporânea e anteriores nascemos Mato-grossenses. No decorrer da nossa historia fomos envolvidos pela decisão politico-administrativa dos mandatários da época e absorvemos essa decisão tornando-nos “Sul-mato-grossenses”.
Hoje existe uma questão de auto estima a ser resolvida por nossos conterrâneos: Ser ou não ser Mato-grossense? Desde a época da divisão do estado nos preocupamos em desenvolver nosso pedaço, era o nosso chão a ser pisado, trabalhado e reconquistado entre nós mesmos. Não pensamos no gentílico. Dormimos com um novo estado e acordamos agora a pouco, cidadãos do estado “antigo”. Essa questão importa tanto para nós quanto importa nada para o resto dos brasileiros (considero que eles falham em geografia). Mudando o nome do estado em função da falta de conhecimento dos brasileiros de outros estados, continuaremos a ser Mato-grossenses e Sul-mato-grossenses, porem brasileiros antes disso e acima de tudo. Caso o nome seja alterado teremos nas gerações futuras um dilema semelhante ao nosso: Nascemos sob um gentílico e vivemos sob outro. A minha (nossa) geração terá um segundo dilema pendente do mesmo assunto. E aí? Como será resolvido? Mudando novamente o nome do Estado? Penso que não. Creio que não podemos transferir esse problema para os próximos cidadãos Sul-mato-grossenses nem ampliá-lo para os atuais, sob o risco de paralisarmos ainda mais o desenvolvimento de nosso estado por conta da latente discussão sobre nossa herança. Já que temos um estado, tratemos de desenvolvê-lo com politicas de incentivos comerciais e sociais mais abrangentes e efetivas, atrativos de investimentos, valorização do trabalho do cidadão do Mato Grosso do Sul. Já que temos um estado, vamos estudar, entender, expandir nossa cultura e tradições. Já que temos um estado, vamos vivê-lo. Seremos entendidos e valorizados.
Marco Antônio Ormai