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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

O dia do Gaúcho

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19/09/2011 13h11 – Atualizado em 21/09/2011 15h05

  • Artigo de Ney Magalhães

A Primeira Colonização Gaúcha que aconteceu no Sul do então Estado de Mato Grosso ainda Uno foi o marco inicial da fixação das Fronteiras pós-guerra da Tríplice Aliança e agora conhecida como Guerra do Paraguay.
Muitos soldados Rio Grandesnses que por aqui passaram durante as peleias com o exercito Invasor de Francisco Solano Lopes encantaram-se com as coxilhas e extensas planícies que muito lembravam os pampas de sua terra natal.

Motivados e incentivados por essas declarações e vislumbrando a possibilidade de adquirir terras para o criatório de gado, muitos valentes e corajosos Pais de Família armaram-se de vontade enfrentando uma grande viagem em caravanas de Carretas de Bois.

Meus avós, originários de Bossoróca segundo distrito de São Luiz Gonzaga RS, arreando os cavalos e atrelando os bois em trinta e duas carretas partiram no inicio do verão de 1897 rumo ao eldorado desconhecido. Meu avô Luiz Pinto de Magalhães e seu sogro o meu bisavô descendente alemão Clemens-Clementino Berghan Albuquerque lideravam a caravana de muitas famílias.

Enfrentaram animais ferozes e grupos de bandidos chamados de quatreiros, fazendo roças e colhendo alimentos finalmente alcançaram as cordilheiras da Serra de Amambay na região de Ipehum e Cerro Ghuy, hoje município de Paranhos.

Ultrapassada a Serra seguiram no rumo das cabeceiras e vertentes do Rio Amambay, onde em sua margem esquerda esperavam encontrar com mais segurança as terras pretendidas.

Minha avó Anália dos Santos Berghan Albuquerque Magalhães foi minha contadora de histórias.

Havia rumores de que a vastidão do Nhú-verá e Sacaron com suas terras localizadas na margem direita do Rio Amambay até a sua fóz no Paranazão poderiam ser contestadas nos “tratados” internacionais em andamento entre Espanha, Portugal, França e naturalmente Brasil-Argentina-Uruguay e Paraguay recentemente protagonistas da guerra da Tríplice Aliança. Assim aqueles pioneiros inicialmente povoaram os campos nativos localizados do outro lado do Rio Amambay.

Desavisados ou menos precavidos ou ainda mais valentes, alguns chefes de caravanas
extasiados com a imensidão dos campos e a abundância de lagoas, vertentes e cabeceiras de rios foram povoando estes rincões que hoje formam e compõem a região da Grande Amambaí.

Valentes pioneiros gaúchos cujos sobrenomes se perpetuam nas historias contadas recentemente nas versões dos livros do professor Miro- Almiro Pinto Sobrinho – AMAMBAI -Memórias e Histórias de Nossa Gente e Família Vargas -do advogado Hilton Pereira Vargas, dois amigos e estudiosos confidentes.

Estas publicações podem ser encontradas no Museu de Amambaí José Alves Cavalheiro.

A criação extensiva de gado, a produção da erva-mate inicialmente pela Companhia Mate Larangeira (com G mesmo) e posteriormente pela Cooperativa dos Produtores de Mate Amambay Ltda., exploração de madeiras, formação de pastagens artificiais e a conseqüente racionalização da moderna pecuária de corte foram as primeiras fazes do desenvolvimento regional.

No inicio de 1970, com a chegada de novos gaúchos, sem estradas e sem nenhuma infra-estrutura fomos dando os primeiros passos da agricultura mecanizada uma faze que costumo chamar de Segunda Colonização Gaúcha.

Após a abertura da Rodovia Guairá Porã em 1980 pelo Governo Pedro Pedrossian, o progresso do Estado do Paraná ultrapassou nossas fronteiras integrando Amambaí no Brasil moderno e produtivo.

Comemorado em 20 de Setembro o DIA DO GAÚCHO devemos prestar nossas homenagens aos nossos avós pioneiros que abriram as primeiras picadas e traçaram os caminhos para o futuro promissor deste Sul Maravilha.

  • Ney Magalhães é produtor rural de Amambai

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