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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

O Sul abandonado

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05/10/2011 09h13 – Atualizado em 05/10/2011 09h13

  • Artigo de Ney Magalhães

Timidamente surgem as primeiras chuvas da Primavera. Os Insumos transportados em carretas e trucks nas esburacadas Rodovias do MS, também conhecidas como “enxurradas estaduais”, com grandes dificuldades estão chegando às lavouras.

Nestes primeiros dias de outubro alguns agricultores seguindo a Lei de Gerson, esperando levar vantagem iniciaram a semeadura de soja ainda na faixa de risco do vazio sanitário necessário para evitar a ferrugem asiática, porem agora liberado politicamente.. E assim o Sul do MS vai completando mais um ano de existência e de desgoverno.

Hoje, na imprensa estadual foi distribuído mais um “release” oficial das comunicações informando aos eleitores do norte do Estado os grandes investimentos em construção de mais de dois mil quilômetros de rodovias naquela Região.

E no “sul” não vai nada senhor Governador???

Esta região produtora de grãos, de carne e de álcool não tem estradas aptas para o desenvolvimento.

Com os impostos estaduais o óleo diesel é mais caro por aqui.

Com as rodovias MS deterioradas e pontes de pouca capacidade os fretes ficam ainda mais onerosos.

Exemplos desses desmandos e abandono do progresso não faltam, e como neste momento estou em Ponta Porã posso iniciar esta caminhada na região Norte da cidade, exatamente nos Armazéns que ali foram construídos às margens da rede ferroviária federal.

Cooperativas e Empresários acreditaram no Governo, e naquele local investiram na construção de grandes e modernos Silos/Armazéns. A zona transformou-se em Industrial com a instalação da Fabrica de Óleos Vegetais e com um Frigorífico.
Fomos todos ludibriados, pois a partir do governo FHC e Lula, a Ferrovia foi sucateada e abandonada.

Antes, os caminhões obrigatoriamente deveriam atravessar o centro urbano para alcançar os Armazéns, porem o retorno da exportação era realizado pela ferrovia, atenuando o problema.

Atualmente, sem a Rede Ferroviária a entrada e a saída dos caminhões são realizadas pelo centro da cidade. O trânsito urbano virou um caos.

O complexo armazenador ficou então no lugar errado prejudicando a cidade.
E por falar em Rodovias Estaduais, podemos informar ao governador e aos seus assessores do finado DERSUL, que partindo daquela Zona Industrial nas proximidades do antigo Posto Monza existe uma antiga estrada boiadeira que contorna o Centro Urbano até a atual BR na altura da Capei e daí seguindo por Lagunita e Laguna Carapã, antes disso na altura de um Corredor Municipal pode-se alcançar a Rua Guia Lopes.

E coube ao atual Superintendente do DNIT, Marcelo Miranda Soares, quando segundo Governador nomeado do recém criado MS iniciar o Plano Rodoviário Estadual que com competência incluiu aquele trajeto no Mapa do desenvolvimento regional.

A estrada ganhou status de Rodovia MS e foi aterrada e cascalhada. No entanto, fazem já Trinta e Tantos longos anos de descaso e de patrolamentos inadequados que rasparam os aterros e criaram enxurradas. Atualmente esta macro-região do São João/Usina/Jotabasso detém uma das maiores concentrações de lavouras altamente produtivas, com a vantagem de alcançar os Depósitos sem utilizar as vias urbanas desde que a Rodovia seja conservada. Senhor Governador, se a produção rural não for suficiente para sua assessoria valorizar esta região posso lembrar que a Comarca Judicial com sede em Ponta Porã abrange Lagunita e Laguna Carapã e essa enxurrada estadual é a única via de acesso até a BR.

“MS Rumo ao Desenvolvimento”, este slogan publicitário soa muito mal quando saindo da esburacada e remendada Guairá-porã seguimos por qualquer dos caminhos carroçáveis que constam no Mapa Rodoviário Estadual como MS- ESTADUAIS.

Cartazes nas ruas e empresas, e adesivos em carros pedem socorro para a MS 489 ou 289 de Amambaí/Juti. E assim a MS 285/286 e todas as suas congêneres do Sul pedem socorro, os Insumos querem chegar, para o Desenvolvimento da.safra 2011/12.

Hoje, estampados em toda a imprensa estadual, sites e demais instrumentos pagos, podemos ler as propagandas sobre a construção de Pontes e de dois mil Kms. de Estradas na Região Norte do MS.

E por aqui esquecidos e sem Deputados Estaduais ou Federais para receberem as comissões das Empreiteiras, apenas assistimos a “chiadeira” dos produtores rurais e de alguns jornais independentes.

Chegando a campanha eleitoral de 2012, quando vamos eleger Prefeitos e Vereadores, os futuros Cabos Eleitorais de luxo de 2014, acredito que este quesito “estradas” vai pesar na escolha dos preferidos. O povo do Sul terá mais uma oportunidade para deixar de ser otário.

O Sul abandonado

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