14/10/2011 15h11 – Atualizado em 14/10/2011 15h11
Por Olga Tobias Mariano
Tal como os poetas do parnasianismo, o magistério é uma profissão de fé, empreitada que tem na figura do professor um ourives de almas, um laborioso arquiteto do futuro das sociedades.
Mas como solucionar a equação de excelência na nobre profissão de ensinar com os baixos salários, falta de estrutura e total desvalorização empreendidas historicamente pelos governos? Como atrair profissionais efetivamente preparados, verdadeiramente mestres, não no aspecto formal do título, ou não apenas nesse aspecto, mas profissionais credenciados para formar as crianças que em breve guiarão os destinos da nação, como trazer tais profissionais para a educação quando o mercado pode lhes dar muito mais dignidade e contraprestação financeira?
A resposta é simples, basta frequentar a mais humilde das escolas públicas, onde homens e mulheres que melhor poderiam ser intitulados pelo termo “sacerdotes”, professores que a despeito de toda desvalorização e falta de estruturas mínimas se revelam iluminados por um chamado espiritual, que muitos chamam de vocação.
O que temos a comemorar nesse 15 de outubro? O resultado de vidas inteiras de dedicação, muitas vezes sem nem mesmo o reconhecimento dos próprios alunos, da sociedade, dos governos, resultado que pode ser visto todos os dias, no crescimento de um país, no desenvolver dos povos.
Se o homem foi a lua, fabricou aeronaves potentes, inventou o computador e conectou o mundo a internet, e tudo isso não aconteceu pelo esforço de políticos, empresários ou especuladores internacionais, mas essencialmente pela dedicação altruísta dos profissionais da educação.
Nós lutamos para que as autoridades e a sociedade como um todo perceba a importância do professor antes que a luz da vocação já não seja mais suficiente para permanência desses mestres nas salas de aula do Brasil.
Olga Tobias Mariano
Psicopedagoga e presidente do Simted de Amambai