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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

A educação tem voz e os educadores querem falar

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24/10/2011 08h28 – Atualizado em 24/10/2011 08h28

Por Elis Raik Miranda de Carvalho

O Brasil inteiro parou para refletir, alguns meses atrás, embora que por poucos minutos antes da novela, sobre a educação. A rede Globo(*) de televisão e a rede mundial de computadores convocaram o povo brasileiro a olhar para a escola que temos. Com certeza não foi algo novo, mas sua importância é imensurável. Fazer o Brasil parar um pouco no horário nobre para pensar na educação que ele promove e ao mesmo tempo desconhece ou ignora é um grande passo rumo a muitas conquistas.

Essa atitude dos meios de comunicação provocou um alerta geral sobre a necessidade de tratarmos a educação como prioridade não apenas nos discursos de campanhas eleitorais, pois esse descaso tem promovido desigualdades, injustiças, violências e todas as demais doenças que assolam a sociedade. Ao ver o vídeo da professora Amanda Gurgel, do Rio Grande do Norte, que está disponível no site Youtube as matérias veiculadas pelo Jornal Nacional que tanto chamaram a atenção da sociedade, me pergunto: será que as pessoas estão cientes da educação que os seus filhos recebem?! Acredito que não, pois se soubessem realmente como está a educação, em especial a brasileira, visitaria mais as escolas com um olhar mais crítico e menos alienado.

Outro aspecto digno de reflexão é a condição de trabalho que tem os educadores, pois, há muito tempo a carreira do magistério deixou de ser atraente. Só para exemplificar, o salário de um professor nos anos 50, do século XX, equiparava-se ao de um juiz, hoje é cerca de vinte vezes menor. De modo que, atualmente o salário de professor é o mais baixo entre as carreiras que exigem graduação para poder ser exercida. Os médicos e advogados chegam a ter um salário dez vezes maior que o de um professor.

Na jovem capital Palmas, aniversariante do mês, que tem se destacado nacionalmente como uma das melhores referencias no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica-IDEB, graças ao inquestionável trabalho dos educadores, ainda não se conseguiu avançar significativamente na valorização profissional, inclusive somente a partir do mês de maio de 2011 os educadores passarão a receber o piso salarial profissional nacional sob o argumento de que a lei só foi ratificada pelo Supremo Tribunal Federal – STF agora em março de 2011. Assim, para não perder o hábito, faço nova pergunta: alguém esperou alguma votação do STF para reajustar salários de vereadores e de prefeitos? Sinceramente, o que a professora Amanda Gurgel disse foi impactante, mas ela não foi a primeira nem a única e as frases citadas por ela podem ser ouvidas em qualquer escola de Palmas, do Tocantins e do Brasil. Basta que queiramos ouvir.

Então: Quem é mais importante: um vereador, um prefeito ou um educador?

Parece estranho fazer uma pergunta dessas. É como se quiséssemos negar a importância de trabalhadores de inúmeras outras áreas de atuação que contribuem tanto para que tenhamos uma sociedade cada vez menos carente de serviços e produtos essenciais à sobrevivência humana.

Entretanto, ao pedir licença aos demais profissionais, que ressalto, são importantíssimos, quero chamar a atenção para algo vivenciado recentemente no Congresso Nacional, quando parlamentares reajustaram seus próprios salários e também do poder executivo a percentuais exorbitantes.

É com essa indignação (que não é apenas dos educadores) que queremos perguntar: qual trabalho é mais importante?

Em qual profissão ou função se tem mais responsabilidade? Quem investiu mais pra ser o que é? Quem teve que se preparar mais? Não parece justo responder essas questões, pois, todos somos fundamentais à sociedade.

Então, permitam-me mais uma pergunta: é justo um profissional com a mesma formação receber 35 vezes mais que o outro?

Sem respostas, faço um desafio: 20% do salário dos prefeitos para os educadores, Para podermos fazer de nossas cidades como mais bem vistas no país, quando se trata da educação.

O autor é professor da rede municipal de Palmas, especialista em educação e dirigente sindical. (email: [email protected])

(*) Não que a Rede Globo seja um exemplo de emissora ou referência em educação, cito somente pela matéria veiculada na referida semana sobre os casos positivos e negativos na educação brasileira.

Colaboração: Cleber Arantes

A educação tem voz e os educadores querem falar

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