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Peripécias no ar

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16/03/2012 07h59 – Atualizado em 16/03/2012 07h59

Fonte: Brasil 247

Saltar de uma plataforma de 10m de altura não é emocionante o suficiente. É necessário acrescentar a este salto piruetas, cambalhotas e movimentos que dificultem sua reprodução, para que apenas poucas pessoas no planeta consigam executá-lo. Assim nasceu o salto ornamental, esporte olímpico desde 1904, quando os primeiros atletas se aventuraram nas piscinas de Saint Louis, no Missouri, Estados Unidos.

Quase 110 anos depois, o salto ornamental ainda não é grande sucesso de popularidade, e parece não ter a grande pretensão de ser. Embora seja uma modalidade plástica, a não compreensão dos movimentos e o ritmo lento das competições tornam o salto ornamental, na maioria das vezes, tedioso para o público leigo. Os que admiram a modalidade, por outro lado, acompanham com olhos atentos a complexidade técnica dos movimentos e a beleza dos corpos em acrobacias no ar.

No Brasil, o salto ornamental é praticado desde antes do surgimento das primeiras plataformas oficiais, no Rio de Janeiro, no início da década de 1910. O país marca presença na modalidade desde sua primeira participação em Olimpíadas, na Antuérpia, em 1920, quando Adolfo Wellisch foi um dos 21 brasileiros a integrar a delegação verde e amarela. O paulista, representante do Clube de Regatas Tietê, competiu nas plataformas de 3m e de 5m, ficando, em ambas, na oitava colocação entre dez participantes.

Na corrida por vagas para os Jogos de Londres, dois brasileiros já carimbaram o passaporte. Entre os dias 20 e 26 de fevereiro, saltadores do mundo inteiro se aventuraram pelas águas londrinas em busca do sonho olímpico. O brasiliense Cesar Castro foi o primeiro a garantir sua participação. Aos 29 anos, ele conseguiu alcançar a semifinal no trampolim de 3m da Copa do Mundo e chegar à sua terceira Olimpíada. Hugo Parisi também conquistou sua vaga, ficando em 14º lugar na plataforma de 10m.

Se apenas dois brasileiros já asseguraram participação nas Olimpíadas de Londres, outros três aguardam comunicado da Federação Internacional de Esportes Aquáticos (FINA). Inicialmente programado para o dia 4 de março, o anúncio foi adiado para o final deste mês. A FINA precisa garantir que o número máximo de atletas por país não exceda dois em cada prova, para, só então, convocar aqueles que participaram da repescagem, caso dos brasileiros.

A experiente Juliana Veloso, no trampolim de 3m, e a novata Andressa Mendes, na plataforma de 3m, vivem a mesma ansiedade, embora em momentos completamente distintos da carreira. Enquanto Juliana aguarda para participar de sua quarta olimpíada, um recorde no salto ornamental brasileiro, Andressa, com apenas 14 anos, é cercada de expectativa quanto a seu futuro, e está especialmente preparada para a edição do Rio de Janeiro, em 2016.

Cassius Duran, veterano do nosso salto ornamental e o primeiro a conquistar uma medalha (prata) na história da modalidade em jogos pan-americanos, em 2003, na plataforma de 10m, também aguarda a decisão da FINA para representar o Brasil na plataforma de 10m londrina.

A meta, para todos eles, é superar a melhor colocação da história do Brasil no salto ornamental: o sexto lugar de Milton Busin em Helsinque, em 1952. O recorde, no entanto, ainda parece longe de ser alcançado. Assim, nossos mais jovens talentos, que timidamente já aparecem em competições nacionais, ganham ainda mais chances de fazer história em 2016, nas piscinas do Complexo Esportivo Maria Lenk, com um novo marco na evolução do esporte.

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