06/05/2012 16h46 – Atualizado em 06/05/2012 16h46
Por Dom Redovino Rizzardo, cs
Ao tomar posse do governo no dia 1º de janeiro de 2003, uma das primeiras decisões tomadas pelo Presidente Lula foi sancionar a Medida Provisória 103 (convertida na Lei Nº 10.683/2003), criando a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. A iniciativa queria manifestar o compromisso que seu governo assumia na defesa e na promoção da mulher brasileira.
Infelizmente, nem todas as mulheres que ocuparam a Secretaria nesses anos corresponderam às expectativas da sociedade. Um exemplo, entre outros. No dia 10 de fevereiro de 2012, a Presidente Dilma confiou o cargo a Eleonora Menicucci, sua antiga colega de prisão. Poucos dias após a sua nomeação, a nova Ministra reafirmou sua posição a favor do aborto. E, através de uma entrevista concedida por ela em 2004, soube-se que fizera – e ajudara a fazer – vários abortos, transara com homens e mulheres e tinha uma filha lésbica, que engravidou por inseminação artificial.
Dom José Benedito Simão, bispo de Assis, foi uma das inúmeras pessoas que, em todo o Brasil, protestaram contra as afirmações da ex-guerrilheira: «Recebo com muita indignação as palavras da nova Ministra, cuja pasta tem uma grande responsabilidade em favor da vida da mulher. Ela é uma pessoa infeliz, mal-amada e irresponsável, mas ninguém precisa ficar sabendo. Ao invés de se posicionar na defesa da mulher e da vida, ela o fez a favor do homicídio, ao defender o aborto».
Muito diferente é o pensamento da Igreja quanto à dignidade e à presença da mulher na sociedade. Sua grandeza e sua missão se distanciam anos-luz da “plataforma” da Ministra Eleonora. São milhões as mulheres que optaram por uma emancipação feminina alicerçada em valores cristãos. Dentre as mais conhecidas e recentes – Madre Teresa, Ir. Dulce, Ir. Dorothy, Zilda Arns, etc. -, apresentamos o pensamento de Chiara Lubich:
«O Papa Pio XII definiu a mulher como a obra-prima da criação. Mas a mulher será uma obra prima se realmente for mulher. Em seu ser mulher está a certeza de cada atributo seu.
A mulher é meiga, a mulher tem o coração palpitante de religiosidade, talvez porque, mais do que o homem, tem o sentido e a constância no sacrifício, na dor, na qual, em última análise, o Evangelho se concentra como último passo para o amor.
Como mãe, e mãe santa, ela é instrumento primeiro, benéfico, insubstituível, não só de ensinamentos retos, mas de união entre os corações dos filhos que, para compor uma sociedade eficaz e produtiva, sã e saneadora, amanhã, de nada melhor precisarão do que perpetuar nela a união fraterna, base de toda a paz duradoura.
A mulher deve ladear o marido em uma posição aparentemente secundária, mas é como a sombra de uma escultura que lhe confere relevo e vida. através dela, se for realmente mulher, depois esposa, e depois mãe, o homem conhecerá o seu limite ao lado de um anjo que lhe mostrará com a maternidade o que sabe operar o Senhor, o Criador, o Dispensador de todo o bem.
Em tempos como os atuais, saturados de ateísmo e de aniquilamento do espírito, a mulher, com seu natural instinto para Deus, com sua perene vocação para o amor, com sua perspicácia nas coisas e nos fatos, pela qual dá àquelas e a estes sabor e sentido, tem uma missão de primeira grandeza na renovação e recuperação da sociedade».
Com Chiara, concorda o Papa Bento XVI. Numa entrevista concedida ao jornalista Peter Seewald em 2010, ele assim se expressou: «Se se lança um olhar sobre a história da Igreja, percebe-se que o significado das mulheres – de Maria, passando por Mônica, até Madre Teresa – é de tal modo eminente que, em muitos aspectos, as mulheres definem o rosto da Igreja mais que os homens».
Amélia, a “mulher de verdade” cantada por Mário Lago e Ataulfo Alves no carnaval de 1941, é apresentada pelo dicionário Aurélio como a «mulher que aceita toda sorte de privações e vexames sem reclamar, por amor a seu homem». Para a Igreja, pelo contrário, mulher de verdade é aquela que enfrenta «toda sorte de privações e vexames» na defesa e na promoção dos valores que não deixam a humanidade perecer. É por isso que, com Santa Teresinha, ela pode repetir: «Na Igreja, eu quero ser o coração: é ele que faz com que os demais órgãos realizem as próprias tarefas».