22/06/2012 14h25 – Atualizado em 22/06/2012 14h25
Artigo de José Victor Bortolotto Bampi
Algo que vem se tornando extremamente comum atualmente são as festas realizadas por jovens, que acontecem independente de sua localização, como o âmbito de suas casas ou em locais públicos. Nossa região conta com uma vantagem para tais encontros entre amigos, pois possuímos uma dimensão territorial que permite um deslocamento rápido e fácil para qualquer local. A praticidade em se encontrarem contribui para dois comportamentos típicos e nada saudáveis de muitos jovens.
O primeiro é a presença indispensável do álcool nessas reuniões; a disposição e a sociabilidade gerada pela bebida propiciam tal importância. Além disso, aquele que afirmar que não a ingere acaba causando estranheza, ao contrário do usuário, que ganha pontos em seu status social.
O segundo remete ao gosto pela direção. O comando de um carro, para homens – que representam o maior número de motoristas jovens- é um sinal de masculinidade, gerando atração de certas mulheres, que veem no carro um símbolo de segurança e poder. Não podemos nos esquecer que são frequentes aqueles que dirigem sem possuir a idade e capacitação necessária para fazê-lo (o mesmo vale para a bebida).
E não é por acaso que ambos são vistos juntos. O consumo do álcool em uma festa pelo jovem dilata a coragem e reprime o bom-senso, deixando-o mais propício a realizar atos de valentia, como uma demonstração (visando impressionar amigos) de habilidade no volante, ou na hora da saída, enfrentar o caminho de volta para casa embriagado. Devido a atitudes como essas, que põe em risco não só a vida do motorista, mas como de qualquer que estiver transitando no local, a taxa de acidentes e mortes acaba disparando.
Já participei de diversas reuniões como essa e também fui espectador de demonstrações desse nível. Posso dizer que sou avesso a tais comportamentos e me recuso a saudar aqueles que o realizam. Mas não por isso digo que deveriam ser coibidos. Não há problema em beber ou dirigir, desde que seja realizado na medida do aceitável – e do legal; a decisão de que substâncias ingerir e qual comportamento seguir ficam a escolha do indivíduo, desde que será ele o único a arcar com as devidas consequências.
Direciono, portanto, minhas críticas aos excessos, que devem ser combatidos. Quanto às diversas maneiras pelas quais isso pode ser feito, sou indiferente, sem nenhuma preferência. Qualquer tentativa; sejam campanhas governamentais, iniciativas individuais, programas de igrejas, divulgação nas escolas, todas serão bem vindas. Podemos sim aproveitar uma festa com consciência, sem o infeliz azar de nos tornarmos apenas números de tristes estatísticas.
- José Victor Bortolotto Bampi, estudante da 3º série do Ensino Médio da Escola Estadual Dom Aquino Corrêa.