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terça-feira, 26 de novembro de 2024

Desagravo

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07/08/2012 17h54 – Atualizado em 07/08/2012 17h54

Por R. Ney Magalhães

O Silêncio e a omissão da Famasul e por extensão da CNA, entidades maiores representativas da classe ruralista do Mato Grosso do Sul e do País, tornou-se um episodio preocupante para a Democracia tão propalada e decantada nos últimos tempos.

A insegurança jurídica que se instalou no MS, agravada com os tristes acontecimentos relatados na mídia sobre problemas fundiários indígenas ocorridos no município de Aral Moreira, na região da Tagí, causou forte comoção entre as famílias que vivem ou labutam no Campo alavancando o agronegócio, sustentáculo da balança comercial. Sendo responsável pela estabilidade econômica e manutenção do patamar do PIB brasileiro, segundo palavras da própria Presidente da Republica.

O Silêncio por parte das Entidades que tem como obrigação fundamental representar os Sindicatos Rurais, defendendo assim os interesses da produção de alimentos e em conseqüência do Estado, demonstrou para a Justiça e para a sociedade a concordância de serem os proprietários rurais, deste abandonado porem produtivo cone sul, simples posseiros ou invasores.

Dessa forma, ouvimos ou tomamos conhecimento dos fatos apenas por um dos lados envolvidos na questão. Órgãos da imprensa que se posicionam a favor dos invasores tentaram explicar as detenções sob o seu prisma. Órgãos da justiça diante da inércia da representação sindical, embora com certa demora felizmente publicaram algumas luzes sobre o caso.

Ficamos então cientes da detenção de dois respeitados cidadãos, tradicionais produtores rurais, proprietários e arrendatários de terras cultivadas e que cumprem suas funções sociais. O arrolamento do Presidente do Sindicato Rural daquele município, mais ainda nos constrange por conhecer seu comportamento e espírito conciliatório. Este pequeno produtor rural ao tentar cumprir suas obrigações de presidente do sindicato, não recebeu a orientação e o respaldo devido pelas Entidades superiores.

Os Registros primitivos daquelas propriedades invadidas remontam ao principio do Século passado, com certidões quase centenárias, e sempre com domínio permanente e pacifico. Sendo alvo da historia do desenvolvimento desta fronteira, recebendo financiamentos e servindo de hipoteca para o Banco Central do Brasil desde os tempos dos ervais. As propriedades devem estar, portanto absolutamente legais perante a Constituição Brasileira.

Ao registrar este desagravo, como um simples companheiro produtor rural e ex-dirigente sindical, desejo me solidarizar com esses indefesos produtores de alimentos e com suas famílias, tendo a certeza de que o mesmo sentimento faz parte dos corações de milhares de ruralistas que pouco foram informados dos tristes fatos acontecidos.

Também a atual situação indigna em que vivem os indígenas, não pode ser esquecida. Principalmente os guaranis, que na fase áurea da exploração da erva-mate foram nossos leais parceiros e colaboradores, quando ajudaram a construir este Estado, que agora os abandona a própria sorte.
Pobres Índios guaranis. Pobres proprietários rurais vitimas da insegurança jurídica. Com a palavra o Congresso Nacional.

O autor é ex-dirigente sindical, fundador da Famasul e produtor rural em Amambaí.

Ney Magalhães

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