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terça-feira, 26 de novembro de 2024

Cuidado, Senadora!

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15/02/2013 18h26 – Atualizado em 15/02/2013 18h26

Por Valfrido M. Chaves

A Senadora Kátia Abreu, também presidenta da CNA, talvez esteja caindo num
logro, pois está vivendo a expectativa de ser nomeada Ministra da
Agricultura e preocupada em manter, pois, boas relações com a presidenta
Dilma. Por conta disso, a expectante ministra tem se empenhado em acomodar
manifestações como o fez na Feira de Cascavel quando a Presidenta expressou
sua contrariedade quanto a quaisquer manifestações de produtores alusivas às
ditas identificações de propriedades legítimas como “terras indígenas”.
Embora um então presidente da Funai já tenha dito que o PT nada faz contra a
opinião pública, o nosso produtor rural, em áreas colonizadas com o empenho
do Império e da República, não pode manifestar-se porque contraria a
Presidenta. Enquanto isso, as invasões indígenas correm soltas, como hoje em
Dois irmãos. Há alguns meses o mesmo se deu e estava presente numa reunião
entre caciques, MPF, Famasul. Um cacique da comunidade próxima à invasão
denunciou que os invasores, sua liderança, não eram locais. São
transportados à noite, de ônibus, pagos por quem? O Estado brasileiro não se
empenha em esclarecer tais detalhes. Os que invadem, são “guerreiros”. Se
alguém defende sua propriedade, são “jagunços”. O invasor, para setores do
Estado, é quem comprou, pagou, produziu por décadas, recolheu impostos,
defendeu fronteiras, produz alimento para o mundo todo. Por último, não está
podendo gritar e ganhar o apoio da opinião pública. Da mesma forma, não se
tem notícia de contrariedade da presidenta face á violação de direitos
legítimos no campo, levados a efeitos por grupos indígenas. Acreditaria ela
que “o conflito é o motor da História”?

O que está acontecendo hoje em nossas fronteiras, leitor, tem claramente um
norteamento ideológico: impactar todos os princípios que sustentam a
propriedade privada e, também, o conceito de Nação. Isso se vê no empenho
indigenista oficial em afastar nosso índio da sociedade, quando não
mantê-lo em condições de vida miserável. Aqueles que hoje estão confiando no
norteamento da Funai, lembrem-se de duas coisas: primeiro, nunca se
afastaram um só passo deste objetivo: expandir aldeias sobre propriedades
particulares, sem indenização. Segundo: para a ideologia norteadora da
destruição da propriedade privada, não existe verdade, não existe mentira.
Existe o objetivo, e a “práxis” baseada no dogma de que “o conflito é o
motor da História”. Por conseqüência, invasão, o engano, a mentira e um
melzinho na boca de um ou de outro, quando convém. O conflito, a invasão,
têm como principal objetivo impedir que índios e proprietários se unam para
obrigar o Estado brasileiro cumprir com seus compromissos, com índios e não
índios. Como dizem eles: “pour épater lês burjois”. Para enganar os
burgueses. Por tudo isso, “cuidado, Senadora!”

(*) Valfrido M. Chaves é psicanalista e produtor rural.

Valfrido M. Chaves

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