22.4 C
Dourados
terça-feira, 26 de novembro de 2024

Amambai: 65 anos de histórias e memórias

- Publicidade -

28/09/2013 14h48 – Atualizado em 28/09/2013 14h48

Por Ronaldo da Silva Biriba

Para fazer uma interpretação da formação social do município de Amambai deve-se considerar o processo histórico responsável pela transformação daquele pequeno vilarejo de nome Patrimônio União, ainda quando a economia ervateira era predominante. Mais tarde passa a ser denominado por Vila União, distrito de Ponta Porã, até sua emancipação em 1948, quando se fixou o nome de Amambai. A saber, Amambai é uma palavra da língua Tupi Guarani cujo significado é aquela gota de sereno que cai das plantas de folhas largas ao amanhecer: o orvalho.

Foi em 28 de Setembro de 1948, através do decreto Lei 131 que foi criado o Município de Amambai, sendo instalado em 1º de Janeiro de 1949. Foi nomeado primeiro prefeito de Amambai, o Sr. Sidney Batista, integrante do PSD e presidente local desse partido, sua nomeação ocorreu em 24 de dezembro de 1948 pelo governador do Estado de Mato Grosso Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo. O primeiro prefeito eleito foi o Cel. Valêncio Machado de Brum pela coligação PSD/UDN que tomou posse em 18 de Junho de 1949 juntamente com 5 vereadores a saber os senhores: Adolfo Raymundo do Amaral e Elpídio Pereira da Rosa pelo PSD e Francisco Serejo Neto pela UDN, Benigno N. Vasconcelos e Cyro B. de Souza pelo PTB.

A economia principal para o desenvolvimento da região de Amambai foi primeiramente a erva-mate, uma folha nativa e abundante nesta região, que tornou a mercadoria valiosa, ao ponto de sustentar a região de Amambai, monopolizado pela empresa Companhia Matte Larangeira que, por muitos anos dominou esse cenário.

Posteriormente com a vinda dos sulistas e corrientinos, desenvolveu a agricultura e a pecuária até os dias atuais, substituindo o principal pilar econômico do ciclo da erva-mate. Na década de 1930 e 1940, duas indústrias em Amambai trabalharam na fabricação de água ardente, uma de propriedade de Ramiro Franco Machado e a outra água ardente conhecida como Caninha Vitória de propriedade do corrientino Silvio Macena que comercializava para além da cidade de Amambai sua produção.

Na década de 1970 tem início a exploração da madeira, com instalações de varias serrarias, mas o cultivo de grãos e de gado tipo vacum sempre dominou economicamente a região de Amambai, até a atualidade, além do comércio local que caracteriza economicamente a cidade.

Importante destacar as famílias pioneiras de Amambai que são Alves, Amaral, Batista, Brum, Cavalheiro, Corrêa, Escobar, Flores, Gomes, Lima, Macena, Maciel, Martins, Machado, Moraes, Nogueira, Nunes, Pinto, Peixoto, Pereira, Pratis, Ribas, Quadra, Rosa, Rezende, Rodrigues, Saldanha, Santos, Silva e Solei que fixaram-se neste território sem temer os desafios que viriam em consequência da modernização.

A cultura exterioriza as características de seus moradores, cristalizada ao longo dos anos, como os sulistas fundaram o CTG, costumes paraguaios, gastronomia e a cultura indígena. Importante destacar a bebida típica da região, o tereré, trazido pelos paraguaios, com menor intensidade também é costume tomar o chimarrão, trazido pelos sulistas. Em relação a alimentação, segue o padrão nacional, acrescida de algumas especiarias gastronômicas da região de fronteira como: a chipa, a sopa paraguaia, o pão ou bolo de cuca, o coquito, o galhetos, o chá de erva-mate queimado ao açúcar denominado de cozido.

Enfim todas essas informações formam a história deste território chamado de Amambai, parte estão presentes em documentos oficiais de formação do município, já a outra parte, não menos importante, esta na memória das famílias que aqui se fixaram, então cabe aos historiadores buscar interpretar essas memórias e torna-las história.

Ronaldo da Silva Biriba é acadêmico do 3° ano do curso de Licenciatura Plena em História da Universidade Estadual de Mato Grosso Sul (texto elaborado sob orientação da professora de História Regional: Monique Vargas).

Músicos, foto de 1919, feita pelo fotografo da época, Albertinho Braud, filho de imigrantes franceses. Os nomes dos músicos estão escritos na foto. Lourino com a sanfona, Dario no violao eNene Crespo. (foto cedida por Wilsonir Vasconcelos)

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-