28/10/2013 21h25 – Atualizado em 28/10/2013 21h25
Por Ramão Ney Magalhães
É desesperadora a situação das famílias cujas propriedades estão envolvidas em regiões onde Terras são reivindicadas por alguns índios.
Não suportando mais a inconseqüente e incompetente delonga do Governo Federal em protelar um atendimento condigno para suas necessidades de vida. Ou de sub-vida que lhes foi destinada ao longo dos anos, estes estão tentando fazer justiça pelas próprias mãos.
Pobres Índios. Pobres famílias de produtores Rurais envolvidos na questão.
O sul do Mato Grosso do Sul foi colonizado inicialmente com a exploração extrativa da erva-mate, e essa foi a primeira riqueza advinda da terra e responsável pelo ciclo mais importante do desenvolvimento, somente superado quase um século depois pelo atual agro-negócio.
Finda a Guerra do Paraguay foi criada a Companhia Mate Larangeira, a seguir reorganizada e reestruturada em Cia. Larangeira Mendes que com “concessão extrativista” dos dois governos explorou a iléia nativa, no Norte Paraguayo, no Sul do MT e ultrapassando o Rio Paraná construiram Guairá e Porto Mendes.
Criou-se um Império, utilizando a mão de obra regional que era cem por cento paraguaya/guarany.
Assim, amigável e produtivamente aqueles antigos habitantes do cone sul do MT ainda uno, e que haviam sido expulsos do território conquistado, retornaram às origens.
Novos desbravadores adquiriram terras do Governo e foram se estabelecendo nos Vales do Rio Amambay – Rio Iguatemi – Rio Verde – Guaimbé – Dourados e seus afluentes.
Cumprindo programas do Governo Vargas criaram-se e organizaram-se as Cooperativas de Mate, quando cada novo proprietário explorou seu Erval e a Renda foi melhor distribuída.
A Mão de Obra continuava a ser indígena, notadamente de Guaranis.
Cuiabá se locupletava com grandes volumes de Impostos. E o Governo Federal também. Naquele Governo foram criadas as primeiras Leis Trabalhistas e a Carteira de Trabalho foi instituída obrigatoriamente para os trabalhadores que residiam nos locais de trabalho.
Competentes na função de trabalhar com erva-mate os guaranis eram os mais produtivos e ganhavam os melhores salários.
Em 1964/65 com o declínio da exploração ervateira aqueles trabalhadores foram adaptados para a roçada e derrubada de matas. Praticaram também a extração de Palmito até que todos aqueles serviços braçais foram se extinguindo.
Os Governos foram omissos na EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE RURAL, a preocupação maior sempre foi a de formar doutores.
Índios e não índios, principalmente estes, descendentes de nordestinos que haviam participado da derrubada de matas e formação de pastagens e que já haviam se multiplicado astronomicamente neste sul do Estado, vagavam nômades de região em região e foram sendo ocupados em sub-emprêgos de serrarias e outros pequenos serviços.
Os não índios passaram a residir nas cidades, o êxodo rural foi total.
Com a instalação do agro-negócio, sem nenhuma educação técnica os jovens índios e não índios foram abandonados à própria sorte. Criaram-se os SEM TERRA.
Os índios e seus descendentes, por força da legislação trabalhista e social, e que trabalhavam em serviços braçais nas fazendas, recolheram-se nas suas aldeias.
No Governo FHC iniciaram-se as Bolsas Família, Maternidade e outras, com os índios passando a ser totalmente dependentes daquela ajuda. Nos Governos seguintes criaram-se novas Bolsas, inclusive agora a “bolsa permanência” não muito bem explicada.
O ensino técnico profissionalizante continuou esquecido.
Pobres índios e pobres produtores rurais dependentes de Governos neo-socialistas, improdutivos para a globalização do Mundo capitalista.
Ramão Ney Magalhães é Produtor Rural no Sul do MS – 78 anos.
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