35.3 C
Dourados
segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Somos todos brasileiros

- Publicidade -

25/04/2014 17h42 – Atualizado em 25/04/2014 17h42

Por R. Ney Magalhães

Entristecido, leio hoje no site “amambainoticias.com.br” sob o título Reação Guarani/Kaiowa, algumas considerações declaradas e assinadas pelo senhor Tonico Benites – Guarani-Kaiowá- Antopólogo/professor e doutorando – UFRJ.

Magoado e entristecido sim, pois a cada Artigo que encontro e leio sobre assuntos referentes à colonização do nosso Sul Maravilha eu me deparo com o divisionismo e não com a integração social de nossa gente. A Guerra da Tríplice Aliança, provocada pelo paraguayo Marechal Francisco Solano Lopes aconteceu há quase 150 Anos.

E uma verdade que não deixa duvidas é a questão territorial acertada, pós guerra, pelos Países envolvidos, com Tratados respeitados pelas quatro Nações.
Os vencedores Brasil/Argentina/Uruguay e o adversário Paraguay honrosa e democraticamente respeitam os documentos assinados e as divisas demarcadas.
Pós-guerra, harmoniosamente convivemos social e comercialmente. Hoje, milhares de Brasileiros vivem em terras paraguayas e milhares de famílias paraguayas vivem no Brasil.

E a bem da verdade podemos lembrar que, nos últimos anos em busca de terras férteis, grande numero de agricultores brasileiros estão migrando legalmente e sendo recebidos de braços abertos pelo governo e pelo povo paraguayo. E nestas fronteiras, são muitos os paraguayos que chegam ao Brasil, onde são bem recebidos e prestigiados, e entre eles uma grande maioria de etnía Guarany.

O Brasil/Colônia sob o domínio Imperial ficou para trás. A Republica escreveu Constituições, passamos por ditadura civil e militar.

Finalmente a Constituição de 1988, chamada Cidadã aí está para ser obedecida e cumprida. Grandes e graves problemas ainda existem, e um deles é a chamada Questão Fundiária Indígena.

Cumpra-se a Constituição e esse Capítulo será solucionado.

A magoa também expressada no Reação Guarany, traduz o pensamento de todos nós Brasileiros, índios e não índios que assistimos ao divisionismo pregado e incentivado pelos ultimos Governantes neo-socialistas, que inicialmente incentivaram a luta de Classes, lançando animosidade entre empregados e empregadores…e o Brasil saiu perdendo.

Com medidas preconceituosas ditadas pela cor da pele ou pela etnia conseguiram reativar velhos conceitos imperiais. Mulheres contra os Homens e Filhos contra os Pais, são as ultimas campanhas incentivadas até pela área de educação do Governo Federal. É verdade senhor Tonico, que meus conterrâneos “guaranys” deste sul maravilha estão sendo desrespeitados. E nessa situação encontram-se também milhares de produtores rurais que no século passado, dentro da Lei adquiriram terras para trabalhar e hoje amargam uma possível expropriação.

Quanto à sua citação das décadas de 50 a 80 do século passado, posso afirmar que este assunto eu não aprendi na Escola, mas sim vivendo aqueles tempos, pois em 1953 eu era militar servindo no ONZE de Cavalaria de Ponta Porã – E nesse Regimento o Coronel Sapucaia meu comandante, instituiu o Pelotão Indígena, formado por jovens “guaranys” que foram profissionalizados como mecânicos, pintores, carpinteiros, tratadores de cavalos e motoristas… um exemplo a ser seguido. Era o Governo e Ditadura Civil de Getulio Vargas, e logo após fui “ervateiro” e empreiteiro de derrubadas de matas e a maioria de meus colaboradores eram índios guaranys, muitos dos quais meus compadres, e jovens índias foram babás de meus filhos, que em conjunto eram alfabetizadas pela minha mulher Hedy. Posso afirmar que naqueles tempos de ditadura, inclusive a de 1964, sempre como produtor rural, todos nós vivíamos em progresso e sem corrupção.

Buscando soluções mais rápidas e eficazes o Congresso Nacional, guardião e fiscal da Carta Magna, onde todos os segmentos da Sociedade Brasileira são representados está propondo uma PEC – Emenda à Constituição-PEC 215 – admitindo para si a responsabilidade decisiva do conflito existente. Parabéns aos Congressistas.

R. Ney Magalhães / Produtor Rural em Amambaí – 79 Anos

Somos todos brasileiros

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-