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domingo, 6 de outubro de 2024

Curitiba terá policiais bilíngues em atendimentos

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06/05/2014 10h34 – Atualizado em 06/05/2014 10h34

Fonte: Portal Brasil

Há oito anos, Ricardo Augusto Baggio foi para os Estados Unidos trabalhar como auxiliar de limpeza e garçom. Foram quatro meses de experiência no Colorado para ganhar fluência na língua inglesa. Oito anos depois, aos 29 anos, o agora cabo da Polícia Militar do Paraná participou do último teste para trabalhar na Copa 2014. Ele será um dos 115 PMs bilíngues selecionados (100 fluentes em inglês e 15 em espanhol) pela diretoria de ensino e pesquisa da instituição para prestar atendimento aos turistas em Curitiba, Paraná.

A cidade receberá quatro partidas da primeira fase do Mundial, dentre elas Austrália x Espanha, no dia 23 de junho, com expectativa de reunir um grande número de pessoas falantes do inglês e espanhol no mesmo jogo.

“Fiquei surpreso e feliz. É uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional. Um desafio, um aprimoramento”, diz o cabo, locado na sede central do Corpo de Bombeiros, na capital paranaense. É de lá que serão atendidas parte das ocorrências, especialmente as ligações telefônicas.

Durante a Copa do Mundo em Curitiba, o turista norte-americano ou europeu não precisará se preocupar em fixar um número de telefone novo, em caso de emergência. A Polícia Militar do Paraná já liberou os telefones 911 e 112, usados para emergências nos Estados Unidos e na Europa. Assim, será possível discar qualquer um dos dois e ter acesso ao 190 da PM. O 193, do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) e do Corpo de Bombeiros, já funciona de forma integrada com o telefone da PM.

No último teste, o cabo Baggio e os demais selecionados foram orientados sobre palavras, expressões, diálogos e principais questionamentos dos turistas. “Tivemos o cuidado de apresentar algumas expressões que podem gerar confusão ou dúvida durante o diálogo com os turistas”, explica o capitão Eduardo Slomp Aguiar, responsável pelos testes de língua inglesa.

Ele cita uma palavra do uso cotidiano sobre segurança, capaz de deixar o policial em dúvida com relação a quais procedimentos tomar. “O verbo to assault, em inglês, pode significar não somente que a pessoa sofreu um assalto, significa também que a pessoa pode ter sido vítima de uma agressão, por exemplo”, salienta.

“Falsos amigos”

Preocupado com esse tipo de situação, o professor Benedito Rodrigues, responsável pelo teste de língua espanhola, alerta para os “falsos amigos”, que são aquelas expressões que parecem ter um significado, por serem semelhantes ao português, mas que na verdade querem dizer algo completamente distinto.

“Teremos a presença de muitos sul-americanos em Curitiba, devido à região de fronteira Brasil, Argentina e Paraguai, além da seleção do Equador que jogará aqui. Então, imagine a situação: a pessoa chega de carro e acaba furando o pneu dentro da cidade. O turista pergunta onde pode encontrar um taller? O policial mais desavisado pode indicar um restaurante para esse turista fazer uma refeição, quando na verdade ele procura uma oficina mecânica”, explica.

Atento às dicas do professor Rodrigues estava o capitão Wágner de Araújo. Formado em Letras/Espanhol pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), ele já trabalhou com a segurança da seleção do Uruguai durante o jogo contra o Brasil pelas eliminatórias do Copa do Mundo de 2002. Araújo já viajou por alguns países da América do Sul e acredita que a maior dificuldade do trabalho do policial bilíngue será entender as peculiaridades do dialeto de cada região.

“Aqui no Brasil, em cada região falamos de um jeito. O espanhol do argentino é bem diferente do colombiano. Por isso é importante ter essa fluência no exterior para prestar um atendimento satisfatório”, comenta.

Identificação

Os policiais intérpretes usarão boinas azuis com a bandeira da Inglaterra ou da Espanha. Caso o turista não fale nenhuma das duas línguas, um policial adequado será acionado.

Quando um inquérito for aberto pela Polícia Civil, para apurar uma ocorrência, seja o turista autor ou vítima de crime, um tradutor oficial do consulado do país correspondente será acionado.

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