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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Amambai – Rodovia 386 – KM 79

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28/07/2014 06h09 – Atualizado em 28/07/2014 06h09

Por R. Ney Magalhães

Uma rápida crônica para Amambaí, em respeito ao passado e ao presente da cidade.
Percorrendo a tradicional e majestosa Avenida Pedro Manvailler e passando em frente à Praça Valêncio de Brum, nomes que homenageiam dois pioneiros e cidadãos ilustres deste Sul Maravilha, estacionei meu carro no local onde existiu o antigo Cinema do Donevile Pereira, hoje Escritório de Contabilidade do seu neto Baiúca.
No outro lado da Avenida o amigo Nery Vieira tomava chimarrão em frente de sua Loja Eleviva.

Com enorme surpresa avistei na calçada ao lado da Agencia Central dos Correios uma PLACA que identifica rodovias, indicando MS 386 – KM – 79, em pleno centro urbano.
Por alguns instantes, assombrado com aquele fato inusitado vislumbrei rapidamente imagens de um passado distante quando na casa do velho gaucho meu avô Luiz Pinto de Magalhães, quando ainda guri, por muitas vezes “cevei” mate para seus amigos que hoje emprestam os nomes para a Avenida e para a Praça.

Recordei também do Lycio Proença Borralho, companheiro do PTB de Getulio Vargas e que em 1948 quando Deputado Estadual criou o Município de Amambaí. Ele, que em 1966 junto com Weimar Gonçalves Torres, o pecuarista Sadí Tavares, seus irmãos Oracy e Julio Nunes da Silva, o comerciante Adail Batista e tantos outros, nos ajudou a eleger Pedrossian como Governador do MT, criador das primeiras Faculdades do Estado e mais tarde em outro Mandato – 1980/82 elaborou o Projeto Guairá-Porã, motivo desta crônica, construindo a atual MS-386, abriu as portas para o Paraná moderno e produtivo.

Cabe aqui o dever de esclarecer que a drenagem dos alagados às margens do Rio Parana com aterros e cascalhamentos foram iniciados em 1967/68, durante aquele primeiro mandato, ao mesmo tempo em que o governador visionário incentivava a instalação da colonização de Mundo Novo e Eldorado com o Programa Guatambu, para pequenos agricultores. Registro também minhas homenagens ao Coronel Clovis Rodrigues Barbosa do INCRA que verdadeiramente viabilizou o sistema fundiário daquelas Colônias. E o trabalho de financiamento agrícola do Banco do Brasil que foi preponderante naquelas ações de desenvolvimento.

Aquela Placa indicando rodovia, desrespeitando o local mais Central do centro urbano de Amambaí me causou perplexidade.

E relembrando as memórias acima citadas pensei comigo mesmo se meus sentimentos ou minhas revoltas estavam coerentes com os tempos modernos quando o ex Governador Zeca do PT extinguiu o DERSUL – Departamento de Estradas de Rodagem do MS e quando Pucinelli na primeira semana de seu governo terceirizou os serviços de conservação das estradas, o sentimento, principalmente dos produtores rurais foi o mesmo.

Acredito que o MS é o único Estado do Brasil que não tem como prioridade, um DER – Departamento Estadual de Estradas de Rodagem.

A verdade é que por incompetência e incapacidade administrativa e gerencial, desde o inicio da ultima fase de desenvolvimento regional, que ocorreu com a primeira Safra Agrícola 1969/70, os Governadores foram omissos e os Prefeitos e Vereadores dos municípios deste Cone-Sul ficaram impotentes nas suas reivindicações de implantação do Anel Rodoviário das áreas urbanas.

A vergonhosa realidade é que a Avenida Pedro Manvailler de fato hoje se transformou numa simples estrada que corta a cidade de Norte a Sul.

Nada pode justificar que oficialmente um órgão estadual, não sei qual, coloque Placas de quilometragem rodoviária na Zona Urbana.

O Município deve naturalmente ter suas zonas urbana e suburbana delimitadas, portanto onde termina a área Urbana começa a Rodovia, ou vice e versa. O resto é desrespeito com a população, e descaso ou incompetência dos governantes.

Enquanto isso, toda a sociedade vem pagando um alto IPVA e Seguro sobre seus veículos automotores, e com a mesma finalidade é cobrado o chamado Fundersul até com percentuais nos combustíveis, e vem mais por aí com a taxação e exigência de Placas em tratores e outras maquinas agrícolas. Aguardem também os próximos Postos de cobrança de pedágio.

Mortes e acidentes ocorrem a todo instante. Os Governantes continuam omissos.

Enquanto isso, os comerciantes da “antiga” Pedro Manvailler vêm seus clientes abandonando as compras naquela via.

R. Ney Magalhães, 79 Anos, é Produtor Rural em Amambai.

R. Ney Magalhães

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