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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Ainda temos muito a fazer, temos tanto!

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24/04/2015 08h04 – Atualizado em 24/04/2015 08h04

Por Rosildo Barcellos

A morte não é antônimo de vida, e sim sua conseqüência. Historicamente lembro que a palavra suicídio (etimologicamente sui = si mesmo; -caedes = ação de matar) foi utilizada pela primeira vez por Desfontaines, em 1737 e significa morte intencional auto-infligida, isto é, quando a pessoa, por desejo de escapar de uma situação de sofrimento intenso, decide tirar sua própria vida

A tensão nervosa culmina nos conflitos intrapsíquicos que transtorna a tal ponto, que a morte torna-se único refúgio e a inevitável solução dos problemas. Acredito também que o o suicida tenta depositar a culpa de sua morte nos outros indivíduos que compõem seu ambiente social, principalmente nos mais próximos. Neste caso o suicídio funciona como um ”castigo”. É como revidar uma agressão do ambiente que o envolve. Por isto os recados dizendo “agora você vai se lembrar de mim o resto de sua vida”

Na civilização romana, importante era a forma de morrer: com dignidade e no momento certo. Para os primeiros cristãos, a morte equivalia à libertação, pois a doutrina pregava que a vida era um “vale de lágrimas e pecados”. Nesse momento a morte surgia como um atalho ao paraíso. Nos séculos V e VI, nos Concílios de Orleans, Braga e Toledo, proibiram as honras fúnebres aos suicidas, e determinaram que mesmo aquele que não tivesse obtido sucesso em uma tentativa deveria ser excomungado. Os familiares dos suicidas eram deserdados e vilipendiados enfrentando os preconceitos sociais. Apenas na Renascença a humanidade dos suicidas foi reconhecida, o romantismo desse período forjou em torno do tema uma áurea de respeitabilidade.

Em outras culturas, o suicídio foi considerado um ato de bravura, como quando os kamikazes direcionaram seus aviões-bomba aos contratorpedeiros americanos em Pearl Harbor. Em contrapartida quando buscamos uma solução bíblica encontramos “nenhum homicida tem permanecente nele a vida eterna” (1 João 3.15). Getúlio Vargas na madrugada de 24 de agosto de 1954, foi o caso clássico de suicídio, com um tiro no coração, mas antes, escreveu uma carta na qual apresentava os motivos de sua atitude: ” Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto”.

Não pretendo conceituar o suicídio; mas contribuir para os que estão em volta de alguém com um problema que pra ele ou ela… é incalculável e que se deprime ou se anula como pessoa e que pode desenvolver um quadro de depressão que pra mim é o mal do século; pois as famílias não conversam mais, não almoçam juntas e não temos mais cadeiras nas calçadas. Acredito ainda, que o suicidado quer verbalizar a todos, que sua palavra precisa ter valor; que precisa de atenção, claro, como todos nós! Por isso nunca esqueça do seu próximo,de responder as mensagens, de agradecer pelo que faz,(isso mesmo: não ser ingrata nem egoísta)…isso faz uma diferença incomensurável: acredite!

Ainda temos muito a fazer, temos tanto!

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