26/04/2018 20h21
Fonte: ABr
A experiência de ter associado futebol, sustentabilidade e meio ambiente durante a Copa Verde de Futebol – competição que reúne os times profissionais das regiões Norte e Centro-Oeste, além do Espírito Santo – poderá ser estendida a outros campeonatos nacionais, pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Há possibilidades, inclusive, de começar ainda no Campeonato Brasileiro de 2018, caso se confirmem as expectativas manifestadas hoje (23) durante reunião do consultor de sustentabilidade da CBF, Carlos Rodrigues, com os ministros da Educação, Rossieli Soares Silva, e do Meio Ambiente, Edson Duarte.
“A Copa Verde é um laboratório da CBF no sentido de usar o futebol como educação para sustentabilidade. É a primeira competição de futebol que usa as ferramentas do esporte para a educação. Estamos inclusive certificando essa competição com a Organização Internacional de Normalização (ISO 20121) – entidade de padronização e normatização, criada em Genebra, na Suiça, em 1947 -, enquanto evento sustentável”, disse o representante da CBF na reunião.
No caso da Copa Verde – cujas finais serão disputadas em duas partidas nos dias 25 de abril e 16 de maio, entre o Paysandu/PA e o Atlético Itapemirim/ES – a CBF promoveu uma série de contribuições para o meio ambiente, que abrangem desde o uso de madeira certificada para a confecção do troféu, até medidas de compensação de carbono. “Já plantamos mais de 6 mil árvores para compensar o carbono de toda a competição; e os ingressos foram feitos com papel semente. Tem também o concurso de redação da Copa Verde, que envolve diversas escolas públicas municipais”, acrescentou Carlos Rodrigues.
Educação e meio ambiente
Na avaliação dos dois ministros que participaram da reunião em Brasília, o interesse dos jovens pelo esporte mais popular do mundo poderá ser canalizado de forma a despertar, também, o interesse pela temática ambiental. “A ideia é aliar educação, esporte e meio ambiente. São projetos estratégicos que envolvem exatamente os três ministérios dessas áreas [Educação, Meio Ambiente e Esporte], lançando olhar para a atratividade do esporte, agenda social e para a importância da educação e do meio ambiente, de forma a atrair o jovem para uma reflexão sobre a temática ambiental. Queremos que o jovem dentro da escola pense a importância e enxergue o meio ambiente”, argumentou Rossieli Soares Silva.
Segundo Edson Duarte, a popularidade do esporte faz com que o alcance da iniciativa vá além das fronteiras brasileiras. “A Copa Verde repercute internacionalmente por ser o único campeonato de futebol no mundo com recorte de sustentabilidade e ações sócioambientais, como é, por exemplo, o concurso de redação. Essa iniciativa reafirma uma política de aproximação de duas agendas importantes para o Brasil: a educação e o meio ambiente. Não conseguiremos implementar uma política nacional de meio ambiente sem trabalhar a educação”, disse o ministro.
“Saímos da reunião com a possibilidade de levar à CBF a realização de um concurso de redação para o Campeonato Brasileiro, com a junção de 3 ministérios [Educação, Meio Ambiente e Esporte], para que, em cada estado, jovens participem com redações falando do seu time de futebol preferido. A ideia é que essa condecoração seja entregue no final do ano, no mesmo evento de premiação do campeonato”, acrescentou o representante da CBF.
Segundo ele, as próximas reuniões com os dirigentes da entidade máxima do futebol brasileiro definirão se há tempo hábil para implementar as medidas neste ano, uma vez que o campeonato já começou. “Geralmente a gente não faz coisa com o campeonato no seu início, mas como a ideia é importante e envolve três ministérios, vamos levar para a CBF, para que seja analisado”, disse Rodrigues.