21/05/2020 20h47
Funcionários da limpeza, cozinha e administrativo foram impedidos de passar para o lado brasileiro
Fonte: Jones Mário/Campo Grande News
Pelo menos 40 trabalhadores dos setores administrativo e de serviços do Hospital Regional de Ponta Porã – distante 320 quilômetros de Campo Grande – foram impedidos de passar pelo bloqueio imposto na fronteira do Brasil com o Paraguai, na manhã desta quinta-feira (21).
O vereador Marcelino Pires (PDT) fez imagens da barreira na linha internacional. Segundo ele, militares paraguaios passaram a exigir documentos imigratórios dos brasileiros que vivem na vizinha Pedro Juan Caballero e se deslocam diariamente para trabalhar no hospital em Ponta Porã.
Demétrius Pareja, diretor do Instituto Acqua, que administra a casa de saúde, confirma que os agentes de segurança liberaram apenas o acesso de médicos e enfermeiros ao território brasileiro. Trabalhadores terceirizados de limpeza, cozinha e até chefia de Recursos Humanos do hospital foram impedidos de passar nesta manhã.
“Fizemos documentos para nossos funcionários, todos em castelhano, mas toda semana criam um impasse. Hoje criaram uma dificuldade maior”, lamenta Demétrius Pareja.
“É uma contradição, porque, em tempos de maior liberdade, a gente atende muita urgência e emergência de paraguaios. Agora, não estão se incomodando se isso vai atrapalhar o funcionamento do nosso hospital”, continua.
Segundo ele, o consulado brasileiro no Paraguai foi acionado e trabalha para contornar a situação.
Nesta semana, o governo paraguaio anunciou flexibilização e abertura gradual do comércio a partir da próxima segunda-feira (25), após cerca de dois meses de fechamento forçado para frear o contágio em massa pelo novo coronavírus. A fronteira, porém, deve seguir fechada.
