24/07/2020 13h07
Por R. Ney Magalhães
Emocionados, nesta semana assistimos nas Redes Sociais a fala telefônica do Presidente BOLSONARO com o menino JOÃO PEDRO SOLIGO CORDEIRO e sua Mãe FABÍOLA SOLIGO CORDEIRO. O Pai de João Pedro é o RONALD CORDEIRO /Rony da ROMAER- Aviação Agrícola. São avós paternos, o comerciante ODILON CORDEIRO popular Tampa e SILVANA CORDEIRO, ex vereadora por três mandatos na Câmara Municipal de ARAL.
São avós maternos do João Pedro, o o pecuarista ADELAR SOLIGO e a LUCI SOLIGO. FAMILIAS que na ERA da Agricultura Mecanizada – Inicio da Década de 1970, elegeram esta FRONTEIRA SUL do AGROBRASIL para criarem suas Raízes.
EU SOU DE ARAL !!! É como a Juventude do Município se refere carinhosamente à sua TERRA Natal. É com alegria que hoje tenho a oportunidade de transmitir para essa juventude, Fatos e acontecimentos que acompanhei como nativo desta Querência abençoada por DEUS.
Por doze Anos como Terceirizado do Banco do Brasil, Agência de Ponta Porã 1959/1972 a única existente até então neste Cone Sul. A Agência de Amambai foi criada em 1970 porem a Carteira Agrícola iniciou os trabalhos somente em 1972. E nesse período com a função de Avaliador Fiscal conheci os primeiros colonos da ERA Moderna do AGRO que aqui chegavam para conosco promovermos o Progresso. Toda esta vasta região desde Antônio João até Mundo Novo pertencia ao Município de Ponta Porã.
Havia como Sede deste Distrito o povoado de Rio Verde do Sul mais conhecido como Vila Kaú, onde chegou o paranaense Luiiz Malacarne e seus irmãos, e no primeiro Ano plantando arroz nas Várzeas que ele adquiriu do Fazendeiro Néco Marques, dois grandes e queridos amigos que já partiram.
No ano seguinte o crescimento do AGRO foi vertiginoso. Alcides Elsenbach, os Quiquêto, Armando Berwanger, Hugo Zeillman, Homero Abílio Pedroso, Amando Ries, Olvidio Ely, e centenas de novos Colonos foram chegando, principalmente do Rio Grande do Sul. Arrendando as terras férteis e os Ervais na Fazenda Furquilha, entre o Rio Corrientes e o Rio Amambay na entrada do Guassuty, no Inverno de 1960 semeei minha primeira Lavoura de Trigo que produzia SEM uso de fertilizantes. Casado com a Hedy, nesse Ano chegou nosso primeiro filho. Nas proximidades da Colonia Dutra o Fazendeiro Eraldo Saldanha Moreira, Presidente da nossa Federação das cinco Cooperativas de Matte Amambay- Ponta Porã-Caarapó-Iguatemy-Dourados e filho do Ervateiro e Advogado – Deputado Federal Dr. ARAL MOREIRA que hoje dá nome a este município, iniciou em 1970 com sucesso, grandes plantios mecanizados junto com o meeiro Robert Kuntzel . Vizinhos com suas Lavouras instalaram-se os SOLIGO. O saudoso Darci Solígo, foi UM LÍDER entre nós. DEUS o levou prematuramente.
Motivado pelo espirito humano desse acontecimento CRISTÃO afloram-me na memória essas lembranças de saudosos companheiros que comigo participaram na Colonização e Desenvolvimento deste Próspero Município.
ARAL MOREIRA é um Município do Mato Grosso do Sul fronteiriço com o Paraguay, que detém os Solos mais férteis possíveis de se encontrar no BRASIL. E a Produtividade alcançada nas colheitas é comprovada a cada Safra por dados Oficiais.
Durante a Presidência do MARECHAL DE GUERRA EURICO GASPAR DUTRA /1947, em uma área com aproximados Cinco Mil e Quinhentos Hectares de Terras no Município de Ponta Porã, e pertencentes ao Governo Federal foi criada a COLÔNIA DOS EXPEDICIONÁRIOS em homenagem aos Pracinhas Combatentes Sobreviventes, e às famílias dos heróis mortos na SEGUNDA GUERRA MUNDIAL/1945. Estes, prioritariamente foram beneficiados na aquisição dos Lotes. SEM ESTRADAS, os primeiros Colonos receberam áreas de Vinte a Vinte e Cinco hectares de terras virgens e brutas.
Com “Picadas” abertas no Machête e no Machado margeando os Marcos da Linha Internacional na divisa entre Brasil e Paraguay, e pelos vales dos Rios Corrientes, Rio Verde, e do Alto Rio Amambay próximo de suas cabeceiras, os primeiros colonos iniciaram o desbravamento. Eu me refiro ao perímetro da Colônia e não do atual Município.
Na primeira Safra da atual Agricultura Mecanizada iniciada aqui no Sul do MT ainda UNO, no Binômio das culturas agrícolas “rotacionadas” 1969/70 com Arroz de Sequeiro/Trigo e a seguir Soja/Trigo, e Soja/Milho segunda safra, e ainda Soja/Milho consorciado com Baracharias, utilizadas como cobertura de solo ou Pastoreio de gado. Com uso 100% racional da TERRA.
A “PICADA” central aberta na Mata foi recebendo Casas Comerciais e Residências dos primeiros Moradores, assim o povoado com o Nome de VILA RILA depois VILA FRONTEIRA RICA se transformou em Distrito do Município de Ponta Porã.
E A PICADA que cortava a VILA de Sul a Norte HOJE é a principal Via/ Rua da Cidade, e recebe o nome de “TRINTA E UM DE MARÇO”, muito sugestivo em homenagem aos Governos Militares responsáveis pela sua criação e desenvolvimento. E por proposta Legislativa do Deputado Estadual Paulo Saldanha foi criado o Município de Aral Moreira.
Eu tive a honra e a felicidade de acompanhar e poder participar dos primeiros movimentos da ocupação efetiva dessa Colônia. Fortes amizades foram consolidadas naquela maratona de Vida. No velho caminhão usado no transporte de Erva Mate para nossa Cooperativa encaminhei as mudanças do meu compadre Ramão Duarte e do João dos Santos pela “carreteira” que pelos fundos da Colônia Dutra passando em frente à Fazenda do Amaro Antunes.Hoje herdada pelo seu filho Sidélio, que com a Marlene forma um casal de amigos que tenho desde minha infância. E ultrapassando o Rio Corrientes por agua (ainda não havia Ponte ) adentrava nas terras a serem colonizadas.
Muitos agricultores meus amigos, Trabalhadores Rurais, meeiros, campeiros, empreiteiros na “elaboração” da Erva Matte e no “reviro” limpeza dos Ervais, derrubadores de Matas, formadores de Pastagens conquistaram ali com muito trabalho a posse do seu pedaço de Terra. Sua garantia de Vida. Sua Liberdade Econômica.
Os antigos SEM TERRA Adriano Bitencourt e seus irmãos Florêncio e Bernardino vieram da Invernada Grande do Fazendeiro Guri Portela. O senhor Basílio Araújo com o filho Valdomiro e mais meia dúzia de filhas deixou a querência do Jaguaretê e acreditou neste sonho. O Filomeno furador de Poços às vezes precisava cavar 20 metros de profundidade para alcançar agua nas empreitadas que contratava na futura Rua Trinta e Um de Março.
Naqueles tempos a Pinga Chica Boa ou a Tagí do fazendeiro Victorino Marques, Pai do querido Dr. Astúrio era o melhor combustível no uso do machado para derrubar as grandes arvores de Peróba, Canafístulas, Guajuvíras e Guatambús , quanto suor e lágrimas foram derramados para chegarmos no estágio de Terras Mecanizadas como agora. Os Pioneiros merecem um Momento em Praça Publica. O lado Paraguaio da Fronteira nesse mesmo tempo recebeu a “Companhia Americana de Fomento Econômico” a CAFE ou CAFETALERA como era mais conhecida, que fundou uma Nova Era para o Norte Paraguayo. E a Estrada, Rodovia aberta de Pedro Juan Caballero até nas imediações do Chaco y e Potrêro Manta duas Colonias Paraguayas próximas à Vila Marques, serviu por algum tempo para o progresso do lado Brasileiro.
Em 1964 o BRASIL iniciou também uma Nova Faze desenvolvimentista com o PROGRESSO instituído a “TRINTA E UM DE MARÇO” daquele ANO, e quis o destino que Governos Militares voltassem seus olhos mais uma vez para a Colônia Dutra. E com Eleições Diretas em 1966, Pedro Pedrossian se elegeu pela primeira vez Governador do MATO GROSSO ainda UNO criando as primeiras Universidades e abrindo Estradas nas Matas e nos Caátins de Ervais, obras que se iniciavam no Posto Fiscal da MAEMÌ passando pelo Rincão de Julho foram então abertos os primeiros caminhos até a Sede do Distrito. Anteriormente o acesso era possível apenas pelo atual São Luiz, Vía Emboscada e Rio Verde.
Com esta Introdução desejo iniciar a Edição de um Livro na minha Versão sobre fatos e acontecimentos referentes à HISTÓRIA DO MUNICIPIO DE ARAL MOREIRA em Capítulos, espelhando minhas lembranças sobre os Colonizadores e seus Sucessores e sobre irmãos Brasileiros de outros Estados que aqui aportaram na ERA da Agricultura Mecanizada e trouxeram o Otimismo e o Progresso. Retratando assim seu Passado Histórico e o Presente Glorioso.
Sobre o autor
Produtor Rural em Amambai – 85 Anos.
Historiador/Cadeira No. 15 da ACAL – Academia Amambaiense de Letras. Algumas Funções Rurais Exercidas: Foi Presidente do Sindicato Rural de Ponta Porã e Delegado Representante/FAMATO/FAMASUL. Organizador e Co – Fundador do Sindicato Rural de Amambai e Antônio João MS. e Co – Fundador da FAMASUL. Diretor de Agricultura da CNA. Membro da CER – Comissão Especial de Recursos do PROAGRO/Min. Agricultura. BRS. Delegado Superintendente do MAPA no Mato Grosso do Sul. 1987/89.