12/11/2020 20h35
Operação Tracker cumpre 10 mandados de busca e apreensão sobre o caso
*Fonte:Mayara Bueno e Dayene Paz/Midiamax *
O deputado federal Loester Trutis (PSL/MS) está preso por porte irregular de arma de fogo na sede da PF (Polícia Federal). Segundo apurado pelo Jornal Midiamax, o parlamentar não comprovou nenhuma documentação sobre o armamento e, pela legislação, a situação configura ilegalidade.
Nesta quinta-feira (12), a PF (Polícia Federal) cumpre 10 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na Operação Tracker, que apura o suposto atentando a Trutis e seu assessor, que ocorreu em 16 de fevereiro deste ano. Naquele dia, o veículo do deputado foi alvo de vários disparos na BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia.
São 9 mandados em Mato Grosso do Sul e um cumprido em Brasília. Ainda não foi confirmado se o parlamentar é alvo da operação como investigado; a prisão ocorreu pelo porte de arma. O STF (Supremo Tribunal Federal) afirma que não comenta detalhe algum sobre apurações como essa.
Fonte ouvida pela reportagem afirma que a arma do deputado foi apreendida para passar por perícia. Os policiais trabalham com a tese de que os disparos partiram de dentro do carro de Trutis. Portanto, a vistoria no armamento será para descobrir se foi usado no dia do suposto atentado.
“No caso do deputado Trutis a prisão deu-se em razão da não comprovação da documentação da arma e do porte. O fato de estar em casa, no carro, no escritório, caracteriza o PORTE ILEGAL”.
O nome da operação (Tracker), que em tradução livre seria ‘rastreador’, faz referência ao trabalho investigativo da Polícia Federal em busca de provas para resolver casos e identificar autores. A investigação está em segredo de justiça.
Em 2019, Trutis integrou grupo com mais quatro parlamentares em visita as instalações da Taurus Armas, em São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre (RS). Reportagem do Congresso em Foco relatou que as despesas foram pagas pela Associação Nacional da Indústria de Armas e Munição.
Na época, assessores da Câmara dos Deputados afirmaram que não haveria irregularidade neste tipo de viagem, mas que a prática poderia ser questionada por eventual perda de isenção dos parlamentares.
A empresa alegou, na época, que apresentou as novas instalações aos deputados para “esclarecer campanhas de difamação que aconteceram no passado” e “contribuir para a discussão e tomada de decisões na implementação de políticas públicas de segurança no Brasil”.
Outra reportagem na ocasião apontou que lobistas e empresários de armas e munições vão constantemente aos gabinetes do governo Jair Bolsonaro. Entre janeiro de 2019 e abril de 2020, foram feitas 73 audiências e reuniões com representantes do setor.