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sábado, 19 de abril de 2025

Receita Federal inaugura ponto de atendimento em aldeia indígena no Mato Grosso do Sul

Instalado em uma região onde vivem mais de 13 mil indígenas, o local terá atendente que fala tupi-guarani, a língua dos nativos.

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A Receita Federal inaugurou ontem (16) em Mato Grosso do Sul um ponto de atendimento virtual (PAV) em terras indígenas no município de Amambai, distante 360 quilômetros de Campo Grande.

É o segundo PAV instalado em comunidades de povos originários do País. O primeiro foi inaugurado em março na comunidade Waimiri-Atroari, em Roraima.

O novo serviço está localizado na Aldeia Amambai-Guapoy e atenderá também as aldeias de Limão Verde e Jaguari. As três comunidades, juntas, abrigam mais de 13 mil índios das etnias Guarani Kaiowá, o equivalente a 34% da população de Amambai, que possui 39 mil habitantes.

O superintendente da Receita Federal na 1ª Região Fiscal, auditor-fiscal Antonio Henrique Lindemberg, considerou “histórica” a inauguração do PAV na Aldeia Amambai-Guapoy. “É um momento histórico para a Receita Federal, que traz seus serviços para este povo, pelo qual temos muito respeito e gratidão”, declarou.

Lindemberg destacou o trabalho da Delegacia da Receita Federal em Campo Grande, que comandou as articulações com as equipes da Prefeitura de Amambai para viabilizar a instalação do serviço. “A parceria entre a Receita e a Prefeitura de Amambai é vitoriosa. Esperamos repetir onde houver necessidade”, acrescentou.

Tupi-guarani

O trabalho do PAV será feito por uma atendente da etnia guarani-kaiowá, treinada para responder às principais dúvidas da comunidade sobre os serviços oferecidos pela Receita Federal.

Ela é Adrieli Romero Morales, 26 anos, índia guarani-kaiowá. O objetivo é facilitar o contato dos moradores com a Receita Federal, utilizando a língua falada pela maioria dos índios da região, a tupi-guarani.

“Estou muito feliz por contribuir com nossa comunidade. Já estou sendo treinada pela Receita Federal para fazer atendimento de qualidade e, acima de tudo, humano, porque vamos lidar com pessoas simples, com pouco ou quase nenhum acesso ou conhecimento das tecnologias”, avalia.

Ao falar rapidamente sobre a nova experiência, Adrieli fez questão de explicar como se diz “atendimento” em tupi-guarani, como forma de homenagear os responsáveis pelo projeto: “Nhenhagárekoha”.

Emoção

Para o cacique Flaviano Franco, o novo ponto de atendimento reduzirá as idas e vindas dos moradores entre as aldeias e a cidade, cujo percurso é feito basicamente em motocicletas, o principal meio de transporte das comunidades.

Franco disse ainda que os problemas relacionados ao Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e a outros serviços serão resolvidos dentro da própria aldeia, de maneira prática e rápida, com atendimento preferencialmente na língua nativa.

Destacou ainda que a inauguração do PAV o deixou emocionado por ter um significado bem maior, como o resgate da autoestima do seu povo. “Junto com esse ponto de atendimento, estamos recebendo a nossa autoestima. Minha voz está mais forte por causa dessa solenidade. Estamos muito felizes. O sol até saiu para saudar essa conquista”, disse o cacique, emocionado.

O prefeito de Amambai, Sérgio Barbosa, lembrou que a instalação do ponto de atendimento teve a participação de muitas pessoas. Citou, por exemplo, o trabalho da vereadora Cida Farias, que se dedicou para que o projeto caminhasse de forma rápida e eficiente.

“Só tenho a agradecer a todos pela parceria e por permitir este local exclusivo para atender às aldeias. Os funcionários da prefeitura, a Receita Federal e a própria comunidade foram muito importantes”, comentou.

Projeto importante

O delegado da Receita Federal em Campo Grande, auditor-fiscal Zumilson Custódio da Silva, disse que o esforço dos parceiros na consolidação da ideia estava plenamente justificado e recompensado. “Precisamos entender que ainda há em nosso país pessoas excluídas desse mundo virtual, como a maioria dos povos originários”, afirmou.

O dirigente lembrou que a proposta para a instalação de um ponto de atendimento nas aldeias de Amambai teve respaldo dos dirigentes do órgão por se tratar de iniciativa viável e necessária. “Recebemos o projeto da nossa área de atendimento em Campo Grande e, imediatamente, autorizamos o andamento. Vimos que era algo necessário e hoje estamos aqui para entregar este espaço tão sonhado por muitos”, explicou.

Emocionada, a chefe do Centro de Atendimento da Receita Federal em Campo Grande, analista-tributária Marizete Horner de Almeida, afirmou que era um dos momentos mais marcantes como servidora do órgão federal.

“Significa bem mais que o atendimento de demandas. Estou emocionada porque tudo isso representa muito para mim, para a Receita Federal, para nossos parceiros e, principalmente, para essas pessoas. Valeu muito a pena”, declarou.

A solenidade teve ainda a participação do superintendente-adjunto da 1ª Região Fiscal, o auditor-fiscal Erivelto Alencar; e o delegado-adjunto em Campo Grande, auditor-fiscal Henry Tamashiro de Oliveira.

Fonte Gov.br

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