Artigo de Ney Magalhães
Nos últimos tempos, diariamente é possível encontrar-se o titulo deste artigo como “manchete” nos veículos de comunicação do MS.
Nesta semana, no O PROGRESSO lendo costumeiramente a Coluna do Cícero Farias, cujo nome sempre me recorda um passado prazeroso, quando meu amigo o medico Cícero de Castro Farias, Presidente do PSP – o Partido Social Progressista regional do MT, do nosso líder comum o Ademar de Barros, ex-Governador de São Paulo, novamente encontrei a alvissareira noticia. Safra Cheia.
É muito bom e promissor sermos otimistas, e essa técnica ou tática comercial, onde se usa modernamente e até cabalisticamente o termo “auspicioso”, sempre atrai benéficos fluídos.
O jornalista está certo, não devemos falar em quebra de safra ou de produção, devemos sim ser muito otimistas.
Porem a realidade e a verdade dos últimos trinta dias com chuvas intermitentes, umidade em excesso e pouca luminosidade mostram a adversidade do clima para a fase final do ciclo de nossa principal cultura, a soja, ou o soja como preferir o leitor.
Estes fatores adversos comprovadamente já contribuíram para o aparecimento de pragas diversas, principalmente os percevejos de variedades desconhecidas até então, e com a agravante de apresentarem resistência aos tratamentos convencionais.
A falta de homogeneidade e a demora no amadurecimento das folhas, caule e vagens com o conseqüente atraso da colheita infelizmente acarretam uma gama incalculável dos prejuízos financeiros que podem e já estão correndo.
A colheita deveria ter sido iniciada quinze dias atrás. O dessecamento, uma técnica de aceleração da colheita, nesta safra foi prejudicial, pois as chuvas não deram trégua e as vagens estão “mofando” e prejudicando a qualidade dos grãos.
Observe-se que as chuvas muito satisfatórias nas primeiras etapas da vegetação das plantas provocaram um alargamento no período normal de maturação das variedades cultivadas.
Obrigatoriamente muitos agricultores estão utilizando suas colhedeiras mesmo em condições adversas. Ou fazem a colheita com altos prejuízos pela umidade existente ou podem perder cem por cento, se persistir este mau tempo.
Aqueles que conseguiram iniciar as colheitas já contabilizam perdas com umidade aproximada a 21 por cento e grãos danificados em torno de 12 por cento.
Já existem casos de 24 por cento de umidade e percentual maior de grãos danificados.
Como se sabe, a agricultura é hoje uma atividade dinâmica e verdadeiramente uma “arte”, os cientistas da área de ciências agrárias criaram e permitiram que os solos fossem plantados com Milho, nesta época pré-inverno, o que se chama de milho safrinha.
Pois bem, a nossa agricultura mecanizada que na 1ª. Safra regional tecnificada de 1968/69, iniciou-se e viabilizou-se no Binômio Sója/Trigo, atualmente alterou esse conceito para soja/milho safrinha. Nossos avós iriam dar risadas dos novos agricultores que plantam milho em janeiro, fevereiro ou março, diriam que isso é contra a lei da natureza. Felizmente o Milho Safrinha é uma realidade benéfica, contrariando toda nossa historia. A alta tecnologia agrícola alcançada pelos cientistas brasileiros alterou e melhorou a produtividade.
A tecnologia da 2ª. safra 69/70, permitiu uma colheita de 27 a 30 sacas de 60 quilos de soja por há. o que foi considerado muito bom, e o Governo brasileiro financiou. Criamos assim o agronegocio.
A media estadual sem duvida nesta safra 2010/2011 iria emplacar mais de 55 scs./há.
Agora apenas nos resta esperar que São Pedro pare com as chuvas e mande um sol brilhante, imediatamente. O Plantio do Milho Safrinha também já está comprometido.Não vou falar em estradas de produção para não causar mais estresse.
Meu velho e saudoso sogro o gaúcho/douradense Valdomiro Alves Monteiro já dizia que “quem quiser errar fale do tempo”. E hoje eu li no Clima Tempo de que vamos ter muitos dias de sol. E no mesmo instante eu vi no CPTEC/INPE que amanhã e no decorrer do Carnaval existem 90% de probabilidades de chuvas.
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Produtor Rural