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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Caldeirão do Cerro ferve com show da torcida, mas Grêmio cozinha empate

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18/04/2018 08h21

Tricolor faz valer experiência, coloca jogo em banho-maria e frustra a “melhor torcida” do Paraguai

Fonte: Globo Esporte

A “melhor torcida” do Paraguai prometeu uma festa com 45 mil pessoas na noite de ontem em sua panela de pressão no duelo contra o Grêmio, na noite de terça-feira. E cumpriu. Com o show à parte dos cerristas limitado ao campo de jogo, fora do estádio La Nueva Olla não houve muito burburinho antes de um jogo vital para as aspirações das duas equipes na Libertadores. Da venda de “chipas” a torcedores agachados no parapeito da arquibancada, o Cerro Porteño não conseguiu fazer valer a força local, e o Tricolor deixou Assunção satisfeito com o empate em 0 a 0.

A previsão de estádio lotado não causou maiores problemas na chegada dos torcedores. Havia pouca aglomeração. As filas até ficavam longas, mas andavam rapidamente. Apesar da movimentação intensa nos arredores de La Olla, não foram observadas confusões no acesso, algo que é costumeiro no Brasil.

Os cerristas que chegavam nas cercanias da “Catedral da paixão” logo se dirigiam para as arquibancadas. E deixavam quatro torcedores, com bumbos e trombones, fazendo a festa sozinhos na rua – um deles arrecadava dinheiro em uma caixa de papelão. Ao passo que o público crescia, o sinal de internet em La Olla virava quase nada.

A noite caiu, e uma fila diferente despertou interesse na entrada ao estádio. Dezenas de pessoas carregavam uma enorme bandeira para fazer parte da recepção aos jogadores em campo. Enquanto isso, um homem passou com um enorme mastro repleto de dizeres religiosos. Não recebeu muita atenção e foi embora.

Turma de “brasiguaios”

Na entrada destinada aos cerca de 500 gremistas que acompanharam o clube em Assunção, destacou-se uma turma de “brasiguaios” – brasileiros que vivem há muito tempo no Paraguai. Eles vinham de Itapua, a 450 quilômetros e seis horas de viagem da capital. Mas a torcida tricolor só tomou corpo mesmo quando estacionaram três ônibus na esquina que dá acesso ao estádio. Prevista para sair às 18h15 no horário local do hotel, a delegação gremista só chegou ao local do jogo às 19h20.

Caldeirão ferve

Exatamente às 19h42, a torcida do Cerro Porteño cantou alto pela primeira vez, momento em que os dois times já faziam aquecimento no gramado. Com cilindros de plástico azuis e vermelhos à mão, os cerristas passaram a dar show. No anúncio da escalação, uma voz feminina dizia o primeiro nome de cada jogador pelo sistema de som e a torcida respondia o sobrenome, em uníssono.

Torcida agachada

A bola rolou e, a cada falta marcada contra o Cerro, o estádio explodia em reclamações. Com mais de 40 mil pessoas em La Olla, o jeito para algumas era observar a partida no parapeito da arquibancada inferior, agachadas. Atrás das duas metas, muita gente se acotovelava no alambrado.

Aos 18 minutos, o primeiro “Uhhhhhh” foi ouvido. O zagueiro Marcos Cáceres pegou uma sobra na entrada da área e soltou a bomba para a defesa de Marcelo Grohe. Aos 36, os gremistas reclamaram de pênalti em Everton. Cinco minutos depois, a torcida do Grêmio gritou mais alto na panela de pressão. Imediatamente, vieram as vaias e mais cantos cerristas.

Tricolor cozinha

Mas o Tricolor conseguiu “cozinhar” o Cerro, que pouco assustou no primeiro tempo, apesar de maior volume de jogo. Veio a segunda etapa e o lance mais perigoso da partida. Aos cinco minutos, Geromel virou uma puxeta na área adversária e parou na trave. O zagueiro, aliás, tratou de anular o centroavante Diego Churín em um embate particular. É difícil recordar algum erro dele nos 90 minutos.

E assim o Grêmio arrastou o confronto para o 0 a 0. Esfriou tanto que a própria torcida do Cerro perdeu o embalo aos poucos. Nos últimos instantes, inclusive, chegou a ensaiar uma vaia quando Arzamendía tocou para trás uma bola que deveria ser lançada para a área. Porém, os aplausos apareceram com o apito final. Capitaneados por Renato, os tricolores agradeceram a presença da torcida em seu espaço e rapidamente seguiram para o vestiário.

Após a entrevista coletiva de Renato e Geromel, não havia espaço para a zona mista. A imprensa precisou contornar o estádio e encontrar os jogadores na entrada do ônibus. Tudo muito rápido, pois a delegação seguiu direto para o aeroporto.

  • Dar parabéns à equipe deles, a torcida realmente chamou atenção. Mas gostamos disso, de casa cheia, grande público. Estamos acostumados a decisões, não muda nada. Só dá mais ânimo para jogar – resumiu o “calejado” Arthur.

Torcida do Cerro deu show durante o jogo (Foto: Reprodução)

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