O presidente corintiano, Andrés Sanchez, reafirmou na tarde desta segunda-feira (21) que as obras do novo estádio do clube, cotado para a abertura da Copa de 2014, devem começar nas próximas semanas. “Nosso timing é maio, mas vamos começar em abril.”
No entanto, deixou escapar que o custo do empreendimento já é maior que o divulgado no início do ano. Os R$ 600 milhões de então podem pular para algo em torno de R$ 650 milhões ou R$ 700 milhões.
“Não vai ter dinheiro público. Temos R$ 400 milhões acertados com a Odebrecht. O restante virá de incentivos fiscais para novos empreendimentos na zona leste. A cada R$ 1 investido tem até 60% de benefício dos impostos. Com esses recursos é que faremos o estádio para 65 mil”, falou Sanchez durante gravação do programa “Roda Viva”, em São Paulo, que deve ser exibido esta noite pela “TV Cultura”.
Junto com Natal, São Paulo é a sede mais atrasada quando se trata do estádio que representará a cidade na Copa. Paulistas e potiguares ainda não conseguiram tirar seus projetos do papel.
A demora, inclusive, levou o presidente da Fifa, Joseph Blatter, a dizer que os preparativos do Mundial brasileiro estão mais lentos que os da Copa sul-africana, disputada em 2010 (leia mais). O corintiano comentou a declaração do mandatário da Fifa.
“Também acho que estamos atrasados em muita coisa”, afirmou Sanchez sem se referir diretamente ao estádio do Corinthians. “Mas, se a sociedade cobrar, vai dar tempo de fazer tudo. Além disso, a Copa não é só futebol. Vai deixar um legado enorme para o Brasil, pois o que seria feito em 20 anos ficará pronto em dois.”
Sanchez fez questão de tranquilizar os corintianos, garantindo que o empreendimento de Itaquera (zona leste) não será mais uma das maquetes a povoar o imaginário da torcida.
“Uma vez disse que o estádio parecia um sonho porque todo mundo na imprensa se refere a ele como um sonho. Mas o torcedor corintiano pode ficar tranquilo que o estádio sai. E com 65 mil lugares.”
Tubos
O dirigente corintiano mostrou irritação ao falar sobre um dos empecilhos para o início imediato das obras do estádio: os dutos da Petrobras que atravessam o subsolo do terreno. Segundo ele, a solução já está encaminhada com a presidência da empresa e o custo da remoção é pequeno.
“Os malditos dutos, que tem gente falando que custa R$ 100 milhões (para remover), são um problema simples. Falei com o presidente da Petrobras e ele disse que é possível retirar as tubulações para a obra, e não em 2014, como está previsto nos planos da empresa. Isso custaria só uns R$ 2,2 milhões.”
Num dos raros momentos de descontração da entrevista, Sanchez fez piada sobre os apelidos que o estádio corintiano já recebeu do torcedor e da imprensa. “Não tem nada de Itaquerão nem de Fielzão. É o estádio do Corinthians, e vai ter o nome de quem pagar. Quem levar o naming rights (direitos sobre o nome) é que vai batizá-lo.”
Teixeira
Sanchez também tratou de desvincular a boa relação que mantém com Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), com a participação do Corinthians na Copa ou de favorecimentos pessoais.
O corintiano foi chefe de delegação da seleção brasileira durante a Copa de 2010. E, justamente durante o Mundial, o estádio do Morumbi, que pertence ao rival São Paulo FC, foi descartado do Mundial.
“Fui chefe da delegação na Copa porque sou puxa-saco de Teixeira”, disse em tom irônico. Mas não deixou de criticar o presidente da CBF, que ocupa o posto desde janeiro de 1989. “Apesar de ser puxa-saco, sou contra o continuísmo.”
Fonte: Portal Copa 2014