Estudo da USP de São Carlos mostra que, em 2008, houve 57 mortes por bilhão de quilômetros rodados no Brasil; na Suécia, este índice foi de 4,4 mortes .
São Paulo – Uma pesquisa feita pelo Núcleo de Estudos de Segurança do Trânsito (Nest) da USP de São Carlos, em São Paulo, mostra que o risco de morrer em um acidente de trânsito no Brasil chega a ser até 13 vezes maior do que nos países desenvolvidos como a Suécia.
Para chegar a este resultado, os pesquisadores utilizaram números de mortos no trânsito divulgados pelo Ministério da Saúde e órgãos equivalentes de outros países.
A quantidade de vítimas fatais foi dividida pelo total de quilômetros rodados (em bilhões) nas estradas do país, chegando ao número-índice.
Em 2008, último ano com todas as informações disponíveis, o Brasil apresentou uma média de 57,72 mortes por bilhão de quilômetros rodados.
Situação bem diferente do que foi observado na Suécia, por exemplo, onde a média foi de 4,40 mortes.
“O Brasil está em uma situação gravíssima, com um índice de mortes por bilhão de quilômetros”, diz o professor Coca Ferraz, coordenador do estudo.
Ele explica, entretanto, que os resultados não foram surpreendentes. Segundo o professor, quanto menor a riqueza do país, maior o índice de mortes no trânsito.
Isto acontece porque, nas economias em desenvolvimento, algumas necessidades básicas da população ainda não foram supridas.
Boa parte do investimento dos governos é direcionada para melhorar as condições de saúde, educação, alimentação e saneamento.
Assim, obras de infraestrutura como a construção e conservação de vias perdem posições na lista de prioridades.
Veja os índices de mortes no trânsito por bilhão de quilômetros rodados em diferentes países:
Brasil 57,72
França 7,80
Japão 7,70
EUA 7,10
Alemanha 6,00
Reino Unido 4,60
Suécia 4,40
O mesmo raciocínio usado para os países, segundo Ferraz, pode ser aplicado aos estados brasileiros.
O estudo do Nest mostra que os estados do Nordeste, mais pobres, têm índices maiores de mortalidade no trânsito se comparados aos do Sul e Sudeste.
Fonte: Dourados Agora