A Organizações das Nações Unidas instituiu o dia 5 de dezembro como Dia Internacional do Voluntário em 1985. A intenção da ONU era promover ações de voluntariado em todas as esferas da sociedade, ao redor do mundo. Um bom modo de promover essas ações é refletir sobre elas. Pode-se começar por estabelecer uma definição da palavra “voluntário”.
Antes de mais nada, vale a pena recorrer ao dicionário. No Houaiss, aprende-se que “voluntário” vem do latim voluntarius e significa aquele que age por vontade própria, uma vez que voluntas, também em latim, quer dizer vontade. As Nações Unidas completaram essa definição ao aplicá-la a seu sentido social contemporâneo.
Segundo a definição da ONU, “o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos…”
Objetivos do Milênio
No ano 2000, depois de analisar os maiores problemas mundiais, a própria ONU estabeleceu os 8 Objetivos do Milênio no tocante ao voluntariado. Definiu as principais áreas de trabalho voluntário a serem estimuladas, com o intuito de solucionar definitivamente os problemas.
Os 8 Objetivos do Milênio são:
- erradicar a extrema pobreza e a fome;
- atingir o ensino básico universal;
- promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres;
- reduzir a mortalidade infantil;
- melhorar a saúde materna;
- combater o HIV/aids, a malária e outras doenças;
- garantir a sustentabilidade ambiental;
- estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento.
O voluntário
Mas quem é o voluntário, afinal? Quem tiver vontade. Não é somente o especialista em alguma coisa que pode ser voluntário. Qualquer pessoa pode contribuir com suas capacidades, habilidades e dons. O voluntário doa sua energia e criatividade objetivando ajudar os outros.
Trata-se de uma atividade que gera a oportunidade de fazer amigos, de viver novas experiências, e conhecer outras realidades. O voluntário doa seu trabalho, mas ganha em troca contato humano, convivência com pessoas diferentes, oportunidade de aprender coisas novas e a satisfação de se sentir útil.
Com a atuação crescente das Organizações Governamentais, o trabalho voluntário atingiu tamanhas proporções, que também precisou ser regulamentado. No Brasil, existe uma Lei do Serviço Voluntário, a lei 9.608, promulgada em 18 de fevereiro de 1998.
Voluntários da Pátria
Se hoje os voluntários se dedicam fundamentalmente aos serviços de assistência e bem estar social, já houve um tempo em que o voluntariado também teve um caráter militar. Durante a Guerra do Paraguai, criaram-se tropas de soldados que iam combater por livre e espontânea vontade: os Voluntários da Pátria.
Inicialmente, nos primeiros momentos da luta, o entusiasmo popular pela defesa do Brasil garantiu o alistamento significativo de voluntários. No entanto, com o passar do tempo e o prolongamento da guerra, o ânimo da população arrefeceu.
Por isso, o governo imperial passou a exigir dos presidentes das províncias cotas de voluntários, que deveriam recrutar. Ainda em 1865, os grupos de Voluntários da Pátria passaram a ser formados por gente recrutada a força.