Previsão é que unidade ‘Povos Originários’ do IFMS inicie a oferta de cursos no 2º semestre, em sede provisória
Localizado em uma região com grande concentração de populações indígenas, o novo campus do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), previsto no plano de expansão do Governo Federal, terá em seu nome a marca da interculturalidade: Campus Amambai ‘Povos Originários’.
O projeto de implantação prevê que o novo campus, distante 354 quilômetros ao sul da capital do estado, Campo Grande, será estruturado para atuar em áreas como desenvolvimento sustentável, preservação do meio ambiente, respeito e valorização cultural da região.
“O Campus Amambai ‘Povos Originários’ é uma iniciativa pioneira que visa integrar a educação técnica e tecnológica com as tradições culturais e conhecimentos indígenas. Nosso objetivo é criar um espaço de aprendizado que respeite e valorize a diversidade étnica e cultural, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável e inclusivo”, afirma a reitora Elaine Cassiano.
A reitora destaca ainda a missão da instituição, de induzir o desenvolvimento socioeconômico local e regional.
“Este é um passo importante para assegurar que a educação seja um vetor de integração e desenvolvimento para todas as comunidades, especialmente para os povos indígenas de Amambai e região”.
O Campus Amambai ‘Povos Originários’ atuará, segundo o projeto de implantação, em áreas como Agricultura e Práticas Sustentáveis; Culturas Indígenas e Estudos Etnográficos; Desenvolvimento Rural e Econômico Local; Educação Ambiental e Conservação de Recursos Naturais; e Extensão Comunitária e Desenvolvimento Social.
“A inclusão da temática interculturalidade indígena no currículo dos cursos será um dos princípios fundamentais para orientar as atividades do campus, estabelecendo-se como prioridade central no desenvolvimento pedagógico”, diz o pró-reitor de Desenvolvimento Institucional, Fernando Silveira.
Para isso, o novo campus deverá se comprometer a elaborar programas que fomentem o respeito, a compreensão e a valorização das culturas locais. “As iniciativas devem integrar a comunidade indígena no contexto educacional, assegurando que seus saberes e visões sejam plenamente incorporados à experiência de aprendizado”, complementa.
O plano de implantação traz dados que mostram a grande concentração de povos originários na área de abrangência do novo campus, totalizando quase 25 mil residentes. É o caso de Paranhos e Tacuru, onde 42,71% e 38,91% da população local é indígena, respectivamente. No próprio município de Amambai esse índice é de 25%.
Compromisso – Toda a documentação necessária para o início do processo de implantação do Campus Amambai ‘Povos Originários’ foi protocolada pelo IFMS junto ao Ministério da Educação (MEC) na última sexta-feira, 3.
Um dos documentos é uma Carta de Compromisso em que a Prefeitura Municipal de Amambai responsabiliza-se pela doação de uma área para que o IFMS possa construir a sede definitiva do campus. A assinatura ocorreu no dia 23 de abril, em Campo Grande, com a presença da reitora Elaine Cassiano e do prefeito Edinaldo Luiz de Melo Bandeira.
A Carta de Compromisso garante ainda o fornecimento, por parte da administração municipal, de toda a infraestrutura necessária para a implantação da unidade, o que inclui redes de água, luz, internet, telefonia e linhas de ônibus.
Após a assinatura do documento, a Prefeitura Municipal de Amambai sinalizou ao IFMS a intenção de doar uma área de cerca de seis hectares na Vila Guape para a construção da sede definitiva do campus, que terá projeto arquitetônico semelhante aos utilizados nos campi Aquidauana, Coxim, Corumbá, Ponta Porã e Três Lagoas.
O município indicou ainda a possibilidade de doar um imóvel rural de 100 hectares na região de Itapoty, equipado com instalações educacionais e alojamentos. Área que poderá ser utilizada pelo IFMS para atividades educacionais práticas.
Início das atividades – A previsão é que o Campus Amambai ‘Povos Originários’ comece a ofertar cursos no segundo semestre deste ano, em sede provisória. Para isso, o IFMS deverá formalizar acordo para uso compartilhado do espaço da da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) no município.
Neste ano, está prevista a oferta de cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), voltados à qualificação profissional, nos eixos Informação e Comunicação, e Gestão e Negócios. Em 2025, a previsão é que tenham início cursos técnicos nos eixos Informação e Comunicação e Recursos Naturais. No ano seguinte, o campus deverá expandir a atuação na área de Gestão Ambiental. A oferta dos cursos de cada eixo será feita por meio de audiências públicas.
O Instituto Federal prevê atingir, após cinco anos da instalação do Campus Amambai ‘Povos Originários’, o quantitativo de 1.400 estudantes matriculados.
Por tratar-se de um Campus Agrícola, assim como os localizados em Nova Andradina e Naviraí, a unidade de Amambai deverá formar um quadro de 70 professores do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), além de 60 servidores técnicos-administrativos.
Novos campi – No dia 24 de abril, o IFMS iniciou o processo de implantação do Campus Paranaíba.
Amambai e Paranaíba foram os municípios escolhidos pelo Governo Federal para sediar dois novos campi do IFMS, conforme anunciado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), no dia 12 de março.
A expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica faz parte do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e implica na criação de 100 novos campi dos Institutos Federais em todo o país. O investimento será de R$ 3,9 bilhões, para a construção de novas unidades e a consolidação das já existentes.
Cada um dos municípios selecionados receberá investimento de R$ 25 milhões para o novo campus, dos quais R$ 15 milhões serão destinados à construção das instalações e R$ 10 milhões para mobiliário e equipamentos.
Com essa iniciativa, espera-se que a expansão da Rede Federal gere aproximadamente 140 mil novas vagas em todo o país, principalmente em cursos técnicos integrados ao ensino médio.
Além da criação dos novos campi, o Novo PAC prevê investimento de R$ 1,4 bilhão para a consolidação das unidades existentes, incluindo a construção de refeitórios, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos.
Fonte: Assessoria IFMS