23/02/2012 17h03 – Atualizado em 23/02/2012 17h03
- Artigo de Fábio Luiz de Arruda Herrig
Quando se fala em harpa, de imediato, ouve-se: “é muita corda”, “é muito difícil”, ou ainda, e provavelmente a pior entre as três: “tem que ter o dom para tocar isso”. Bem, vamos a alguns esclarecimentos.
A harpa, e no caso estamos falando da paraguaia, é um instrumento que possui normalmente trinta e seis ou trinta e sete cordas, consequentemente, possui trinta e seis ou trinta e sete notas musicais. Tomando em comparação com o violão, deparamo-nos com um instrumento que possui apenas seis cordas, mas em compensação, uma média de cento e vinte notas (contando os uníssonos), tem-se, dessa maneira, que o violão é um instrumento mais complexo que a harpa.
O único problema dessa comparação é que não é possível fazer a comparação da dificuldade de um instrumento musical em relação ao outro, haja vistas que são instrumentos que possuem uma estrutura física distinta. Assim, a comparação serve apenas de mote para quebrar o mito de que é difícil tocar harpa, é difícil ou fácil tocar qualquer instrumento, a adjetivação vai variar conforme a complexidade que cada um pretende chegar ao seu desenvolvimento musical.
Ela oferece as mesmas condições que seriam oferecidas por outros instrumentos, um piano, um saxofone, um violoncelo ou um violino. O que se tem como variação é o grau de desenvolvimento de cada instrumentista. Uma coisa é se tocar um solo de violão de Helena Meireles, mas, é outra coisa totalmente distinta tocar La catedral de Agustín Barrios.
Outro detalhe importante com relação à harpa paraguaia é que é possível tocar os mais diversos tipos de música, e não apenas polca e chamamé, como normalmente se pensa. Há dentro da Associação Cultural Amambaiense grupos que estão desenvolvendo estudos para ampliar os horizontes desse instrumento, trabalhando músicas diversas, do cultural paraguaio e do regional sul mato-grossense até o nacional e universal. Assim, o repertório se abre em leque, dispondo uma gama musical que transita pelo regional, pelo nacional e pelo internacional.
É importante salientar que esses estudos não se desenvolvem de maneira esporádica. Desde o ano de 2009, a Associação conta com a colaboração do maestro paraguaio Marcos Lucena, para a ampliação dos estudos relativos à harpa, e que na primeira semana de abril de 2012, estará dando um curso de harpa para iniciantes e iniciados no instrumento.
Vistos esses breves detalhes, a Associação Cultural Amambaiense/Ponto de Cultura Pájaro Campana, convida quem quer que tenha interesse de saber mais sobre harpa paraguaia. Para maiores informações entrar em contato pelo telefone 3481-2676 ou no endereço seguinte: Rua da República nº 2083. As aulas de harpa estão acontecendo todas as terças e quintas, no período matutino e vespertino.
- Fábio Arruda é um dos instrutores da Associação Cultural Amambaiense e participa do Ponto de Cultura Pájaro Campana