22/03/2012 17h45 – Atualizado em 23/03/2012 13h45
Por Jesuvete Nogueira Brum
Atualmente vivemos num tempo de readequação, precisamos repensar novos valores e conceitos a fim de buscarmos uma nova ordem social. Nesse contexto, inúmeros são os desafios postos à sociedade, em particular, à escola, que tem sua funcionalidade na educação social e política.
A escola tem sido cotidianamente desafiada a altercar o conhecimento educacional com a realidade do aluno, no conjunto de seus problemas e necessidades sociais. Assim, é fundamentalmente essencial que a escola conheça melhor a realidade social de todos os seus alunos, diminuindo a distância que muitas vezes a separa do universo familiar.
Neste sentido ressaltamos a necessidade de haver um Assistente Social no ambiente escolar, pois a ausência de uma ação empenhada nas questões sociais dificulta a reconstrução dos conceitos aos quais redimensionamos a atuação profissional dentro da escola, pois diante das demandas educacionais esta ausência se reflete no pleno exercício da cidadania.
Por conta desse fato não se pode negligenciar a indiscutível importância da contribuição do Serviço Social no atendimento, orientação e acompanhamento das famílias no âmbito educacional, enfocando a ação educativa e política que a profissão representa, tem como principal atribuição o acompanhamento às famílias em situação de vulnerabilidade social, pois além de encaminhar orientando quanto aos benefícios e direitos sociais, é preciso estar atento a situações de violência doméstica, violência sexual, drogas, entre outras identificadas a partir do comportamento de crianças e adolescentes na escola. Isso reflete diretamente no rendimento do aluno, causando altos índices de evasão escolar.
Diante deste contexto a atuação profissional objetiva-se nas questões sociais, inseridas em um contexto histórico da realidade social. Contudo as múltiplas expressões da questão social, é que desencadeia a necessidade da ação profissional junto à comunidade escolar, que está ligada a família, a criança e ao adolescente, dentre outras.
Atualmente o Serviço Social vivencia a concepção de um novo espaço profissional, não se encontra apenas nas ações que lhes foram atribuídas historicamente, mas num trabalho que busque a igualdade e justiça social na luta pelo resgate e construção da plena cidadania.
No ambiente escolar é que se reproduzem as classes sociais, é onde se obtém o conhecimento e os valores sociais de cada indivíduo, a escola é que dá o suporte, a base para a vida. Por conta disso a escola deve ser instruída a preparar o aluno, encaminhando-o e fortalecendo a família para viverem em sociedade.
A escola precisa ser vista na sociedade e não apenas cercada por muros numa redoma de vidro. Neste sentido precisamos declarar a cidadania como o eixo da educação desafiando a ação sociopolítica dos educadores, inserindo os assistentes sociais no ambiente escolar, o qual terá a visão de complementaridade, num trabalho em equipe, articulando com os demais profissionais todo o conhecimento adquirido, promovendo o encontro da educação com a realidade social, através da abordagem totalizante das dificuldades e necessidades de cada sujeito.
E nessa perspectiva que chamamos a atenção de todos, no sentido de que para que se possa tratar sobre a exclusão social é necessário abordar a questão dos direitos da comunidade escolar, principalmente o relacionado à cidadania, de forma que sejam exaustivamente debatidos e que não sejam apenas tirados da pauta, mas que se tornem uma realidade prática na vida de todos.
A entrada do profissional do serviço social na escola, portanto seria um fortalecimento, desenvolvendo atividades com o objetivo de integrar o aluno tanto no grupo escolar, quanto com seus familiares e com a sociedade, pois atualmente, os professores e diretores além da tarefa de educar, também se desdobram na tarefa de compreender e interveem sozinhos na realidade social de cada aluno, muitas vezes sem condições ou tempo para isso, muitas vezes perdendo sua identidade profissional.
Contudo o Serviço Social tem muito a cooperar com a escola em busca da cidadania, haja vista que seu caráter político educativo faz com que tanto o educador, como o assistente social desempenhem um papel intelectual.
A autora é Assistente Social, pós graduada em Gestão Social: Políticas Públicas, Redes e Defesa de Direitos
