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terça-feira, 26 de novembro de 2024

A Saga dos Colonos Gaúchos

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07/09/2012 18h19 – Atualizado em 08/09/2012 17h53

Por R. Ney Magalhães

Na ultima década do século dezenove, movimentos revolucionários no Rio Grande do Sul com guerrilhas e perseguições políticas internas motivaram muitas famílias que em busca de paz e tranqüilidade, aportaram neste recanto do sul do Mato Grosso, hoje MS.

Também motivados pelos patrióticos e nacionalistas governantes da Republica que haviam derrubado o Império, e pelos incentivos prometidos
de receber Terras ao fazê-las produtivas, os primeiros Colonos marcaram irmanadamente com os vizinhos paraguayos as fronteiras do pós-guerra.
A consolidação e firmeza das divisas foram concretizadas pelos COLÔNOS que chegaram do Sul.

Com muito sacrifício e trabalho o território foi ocupado em conjunto com outros migrantes de diferentes naturalidades e nacionalidades.
No inicio do século Vinte, cumprindo a determinação de ocupação o Governo, após Requerimentos dos colonos passou a expedir e “vender” os Títulos de Propriedade da Terra.

E não foram “sesmarias” gratuitas ou doadas. Poucos desses colonizadores conseguiam pagar o preço desses requerimentos.

Muitos colonos ficaram sem posse de Terra por falta de pagamento.
Existiam prazos entre o requerimento pela posse da Terra e o pagamento efetivo do valor cobrado pelo Governo. Conheci casos concretos e reais facilmente comprovados de que mesmo com prorrogação desses prazos, diversos colonos perderam suas propriedades, obrigando-se a ceder sua posse rural.

A “saga” da marcha para a retomada da fronteira oeste brasileira dava seus tristes sinais.

Lá por 1970 a modernidade da agricultura mecanizada motivada também por problemas de minifúndios no RS provocou uma nova corrida para este cone-sul maravilha do então MT. A esses novos colonos aliaram-se catarinenses e principalmente paranaenses, que juntamente com os produtores rurais nativos e apoiados por empreendedores paulistas de Maquinas e Implementos estabeleceram o moderno agronegócio.

O cone-sul fronteira em conjunto com a grande Dourados, hoje integrados nesse sistema produtivo nacional que além de garantir a alimentação sadia, farta e barata para a enorme população brasileira, consegue produzir excedentes exportáveis que comprovadamente mantém equilibrada a balança comercial do País. Apesar disso tudo, decorridos mais de cem anos, com a posse mansa e pacífica dessas terras com títulos cartoriais legais, assistimos as vergonhosas investidas criminosas de certos setores governamentais e religiosos aliados a interesses internacionais contestando o obvio e intimidando até o órgão classista Estadual, que sem lideranças verdadeiras se omite de suas atribuições. Não se ouviu também nenhuma voz de Políticos sobre o caso, nenhum vereador, ou prefeito do município veio a publico, muito menos os deputados estaduais que aparecem somente a cada quatro anos. Os produtores de alimentos, proprietários legais perante a Constituição estão abandonados a própria sorte.

E por outro lado, os bravos índios Guarany, que no trabalho dos Ervais foram heróis anônimos alicerçando a economia do futuro, como recompensa recebem o desprezo da sociedade e o descaso governamental.

Os últimos fatos lamentáveis ocorridos no Município de Aral Moreira envolvendo indígenas invasores e Empresa de Segurança culminaram com grave ocorrência ainda não definitivamente esclarecida, e com a detenção do Presidente do Sindicato Rural e de pelo menos mais dois produtores rurais, todos eles colonos desta “saga”, cidadãos corretos, probos, cumpridores de seus deveres. Cidadãos exemplares da coletividade.

Sem Leis claras e específicas a Justiça está de mãos atadas e a insegurança jurídica continua. Para restabelecer a bonança, nossa esperança está na possível competência do Congresso Nacional.

E a “saga” dos colonos, agora empresários rurais segue com seus feitos heróicos, trabalhando de sol a sol, alimentando a todos os irmãos brasileiros e servindo a mesa até desses gratuitos inimigos da Paz.

Produtor Rural – 77 anos
[email protected]
Set-2012.

R. Ney Magalhães

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