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terça-feira, 26 de novembro de 2024

Aldeias indígenas no MS – A grande injustiça

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22/01/2013 11h21 – Atualizado em 22/01/2013 11h21

Aldeias indígenas no MS – A grande injustiça

Por Geonedis Ledesma Peixoto

-Bom Dia Senhor! O Senhor podia fazer o favor de sair da sua casa. Existem índios precisando de abrigo, comida e proteção, e o senhor foi escolhido para pagar esta conta! A sua casa está em área indígena!!!

-Como é que é!!?? Esta casa é minha, comprei e paguei, moro aqui e tenho que dar proteção e comida a meus filhos pequenos. Além disso, este local foi vendido pelo governo a nossos antepassados, deu títulos e nunca ouvimos falar de aldeia.

-O senhor me desculpe, isso não é problema meu. O meu problema é resolver o dos índios, e isso estou fazendo. Por favor, desocupe a casa!!!

Simples assim! É isto que tem ocorrido ao longo dos anos e vai continuar ocorrendo aqui no sul do MS. Em nome de alguma injustiça ocorrida no passado, gerações futuras de brasileiros pagarão um alto preço e uma nova injustiça ocorrerá.

O histórico da nossa região – Cone Sul do MS – é bem conhecida: Pertenceríamos ao Paraguai até o tratado de 1872, assinado depois da guerra da Tríplice Aliança. Já brasileiro este território passou a domínio da companhia Anglo argentina, Mate-Laranjeira, que explorava então a erva-mate.

Detalhe importante: Seria interessante saber qual foi a tribo indígena que lutou a favor do Paraguai contra o Brasil? Deixo esta pergunta para as ONGs que hoje pipocam na nossa região defendendo os “verdadeiros brasileiros”.

Com a exploração da erva mate a todo vapor, muitos produtores do Sul do Brasil, que exploravam esta atividade são convidados a se estabelecer na região, trabalhando em parceria com os índios, em PAZ e HARMONIA.

A partir de 1915 a precursora da FUNAI, o então SPI resolve iniciar um processo de demarcação de algumas áreas, para que os índios que não quisessem se socializar com os brancos, vivessem de forma natural nestes locais. Obviamente, dado a pobreza nestas reservas em comparação com a vida moderna, os índios em sua grande maioria, optam por viver trabalhando como peões das fazendas. Em contrapartida os proprietários rurais passam a comprar títulos do governo do estado, resolvendo por completo, imaginava-se, a questão fundiária no estado. A ordem do governo era então: derrubem a mata e plantem, senão estas terras serão desapropriadas por improdutividade. Com muito suor e luta isto foi feito.

Nunca mais se ouviu falar de aldeias indígenas na região, tudo estava ok! Até que começam a surgir ONGs financiadas pelo exterior defendendo o direito dos índios, que estariam sendo espoliados e tiveram suas terras roubadas. E assim começaram a surgir invasões, que se transformam em acampamentos e depois em territórios demarcados unilateralmente pela FUNAI e sancionados pelo Presidente da República. Todas as defesas, argumentos, provas contraditórias são em vão. Esta terra é indígena e ponto!

Se a terra fosse indígena o governo não poderia ter vendido nem titulado. Ou deveria ter a decência de dizer: esta terra pode ser indígena, mas você ocupe por conta e risco. Não!! Isto nunca ocorreu. Todos compraram de boa fé!

Com todo o aparato social no governo brasileiro para os acampamentos e invasões indígenas, necessários devido à extrema pobreza, ressalte-se, há uma migração em massa dos índios paraguaios para cá, já que estamos na fronteira, e a origem familiar deles é a mesma. Com o esvaziamento das aldeias paraguaias, quadrilhas internacionais alugam-nas para traficar drogas com maior tranquilidade, como visto na maior apreensão drogas já feita no Paraguai, na aldeia Gura keha, Colonia Guavirá , vizinho á fronteira, em novembro de 2012.

Será que o governo tem ideia do tamanho da injustiça que está provocando? Fico imaginando até quando a FUNAI continuará vitimizando os índios e detratando os produtores rurais? Será que isso acontecerá até o dia em que alguém bater a porta da casa da presidente desta instituição dizendo: – A senhora poderia abandonar a sua casa? É que descobrimos que ela está em área indígena!

Geonedis Ledesma Peixoto / Eng. Agrônomo, pequeno produtor rural, Iguatemiense por nascimento e opção até quando deixarem.

Aldeias indígenas no MS - A grande injustiça

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