02/06/2013 23h31 – Atualizado em 02/06/2013 23h31
Por R. Ney Magalhães
Nos meus tempos de soldado do 11º. R. C. agora 11º. R. C. Mec., lá por 1953 muitas vezes recebíamos voz de Comando ordenando “ensarilhar” armas ou “calar” baionetas.
Nosso Pelotão do Esquadrão de Comando partia para a região de Amambaí, onde no Distrito de Antonio João que hoje recebe o nome de Município de Coronel Sapucaia, os guerrilheiros paraguayos remanescentes da recente Guerra do Chaco adentravam em território brasileiro assaltando fazendas e armazéns rurais.
Sob o Comando do Tenente Coronel Orlando Olsen Sapucaia o ONZE repelia aqueles bandoleiros e restaurava a Paz. E sempre a pedido das autoridades paraguayas o Pelotão verde-oliva adentrava no Pais vizinho executando os grupos de guerrilheiros.
Bons tempos aqueles em que o Exercito protegia as fronteiras, os trabalhadores do campo e os produtores de alimentos para o Brasil urbano.
Em 1964 mais uma vez o Exercito foi chamado a defender a Democracia ameaçada por maus brasileiros que haviam sucateado a Política Agrícola, e em conseqüência disso as prateleiras dos Mercados estavam vazias. Mesmo com dinheiro no bolso não havia arroz e nem feijão para se comprar. O Povo se revoltou. As mulheres foram para as ruas batendo latas e pedindo comida, aconteceu então a revolução das panelas, em 31 de março de 1964.
Generais assumiram a Presidência da Republica, mas os Ministérios do Planejamento, Fazenda e Agricultura foram administrados por profissionais e não por políticos, logo na primeira safra a comida retornou para a mesa de todos, e a Paz reinou novamente.
Construíram-se Usinas, inclusive ITAIPU com energia que atendeu ao desenvolvimento atual. Rodovias e Pontes foram traçadas e pavimentadas para a abertura de novas fronteiras agrícolas. O Brasil entrou no agronegócio, fornecendo alimentos baratos para o consumo interno e exportando o excedente que equilibrou a balança comercial. Com o Governo saneado foi então convocada a Constituinte e os políticos reassumiram o Poder.
Eis que nos últimos tempos, sob uma bandeira neo-socialista, antigos componentes de guerrilhas do passado retornam travestidos com pele de cordeiros.
Mensalão, corrupção, dinheiro na cueca, foi matéria muito publicada.
Vizinhos Bolivarianos desrespeitaram Tratados e rasgaram a Bandeira Brasileira, e mesmo assim, o Brasil de joelhos perdoou as dividas daqueles agressores.
Criando o ódio entre negros e brancos, filhos menores contra os pais, empregados contra os empregadores, mulheres contra os homens e por ultimo incentivando os índios a lutarem contra os produtores rurais, os atuais Executivos governantes provocam a discórdia no seio da sociedade brasileira, ao mesmo tempo em que insistem em diminuir o Congresso e desmoralizar o Supremo Tribunal Federal.
Portarias de Órgão de Segundo ou Terceiro escalão do Governo, uma Fundação sem transparência, determinam Demarcações de mais terras indígenas sobrepondo-se a Escrituras Publicas Registradas e Averbadas em Cartórios.
Neste momento crucial em que a FUNAI rasga a Constituição Brasileira sem que a Presidência da Republica se manifeste oficialmente, é chegado o momento de o Congresso Nacional agir em defesa dos Direitos expressos na Carta Magna da Nação.
Representações Classistas dos produtores rurais colocaram seu time em campo e todos estão somando forças com os demais segmentos da Sociedade civil, Comerciantes, Comerciários, Industriais, Pequenos proprietários de Assentamentos Rurais, Entidades de Profissionais Liberais, todos se levantam em defesa do Direito de Propriedade.
A Constituição está sendo desrespeitada e o futuro torna-se incerto.
Por muito menos foi votado o “impeachment” do Collor.
O Congresso Nacional tem a obrigação de evitar uma guerra armada entre brasileiros.
Imagens da TV exibiram os primeiros tiros já disparados pelo Governo contra os agricultores habitantes do Posto da Mata, na zona do Suiá Missú. Em Douradina foi trucidado barbaramente um produtor rural. Em Sidrolandia foram ouvidos muitos tiros disparados pelos invasores.
As FARC da Colômbia e os Bolivarianos da Venezuela implantaram o EPP – Exercito do Povo Paraguayo no País vizinho, e o Congresso em poucas horas derrubou o então Presidente Lugo, um exemplo de Democracia.
Não acredito que proprietários rurais sejam capazes de “ensarilhar armas”, devendo sim
continuarem armados apenas pelo Direito conferido pela Constituição Brasileira.
A História vai responsabilizar os omissos.
R. Ney Magalhães, 77 anos, é Produtor Rural e Reservista do Onze