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sábado, 5 de outubro de 2024

Movimento Passe Livre vai a Dilma: saída à vista?

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24/06/2013 13h49 – Atualizado em 24/06/2013 13h49

Fonte: Brasil 247 com Agência Senado

O Movimento Passe Livre será o primeiro interlocutor do povo que está nas ruas, reivindicando ao governo uma série de demandas em áreas diversas: transporte, saúde, educação e ainda criticando os gastos públicos em obras da Copa das Confederações e do Mundo. Às 14h, integrantes do Movimento se reunirão com a presidente no Palácio do Planalto e apresentarão, conforme divulgado em carta aberta nesta segunda-feira (24), sua “luta por aquela que é e sempre foi” a bandeira do MPL: “um transporte verdadeiramente público”.

Mas no mesmo texto, o Passe Livre afirma que “jamais pretendeu representar o conjunto de manifestantes que tomou as ruas do país”, depois de dizer que ficou “surpreso” com o convite da presidente para a reunião. A pergunta, depois de centenas de cidades e praticamente todas as capitais terem se tornado palco de manifestações – e em muitos casos de violência e vandalismo -, é: eles terão força para conter a onda das ruas?

Os protestos organizados pelo MPL levaram à redução das tarifas de ônibus urbanos em São Paulo e influenciou providência semelhante por parte de várias prefeituras, principalmente nos grandes centros, além da diminuição das passagens dos trens e do metrô de São Paulo, que estão sob responsabilidade do governo estadual. Este último também cancelou um aumento nos pedágios das rodovias nesta segunda-feira 24.

“As manifestações da semana trouxeram importantes lições: as tarifas baixaram e as pautas dos manifestantes ganharam prioridade nacional. Temos que aproveitar o vigor destas manifestações para produzir mais mudanças, mudanças que beneficiem o conjunto da população brasileira”, disse Dilma em pronunciamento ao país na sexta-feira (21).

Ela anunciou na ocasião que pretendia receber líderes das manifestações, sem precisar quais seriam. E que uma das propostas a serem feitas a governadores e prefeitos seria a de um “pacto pela mobilidade urbana”, que tem a ver com melhorias nos sistemas de transportes, setor em relação ao qual há muitas críticas atualmente. No pronunciamento, a presidente disse considerar “legítimos” os protestos, mas condenou “o vandalismo e os atos de violência” que marcaram muitas das passeatas.

Na carta, o MPL assinala ainda que “a reunião com a presidenta foi arrancada pela força das ruas, que avançou sobre bombas, balas e prisões. Os movimentos sociais no Brasil sempre sofreram com a repressão e a criminalização.” Ainda segundo o texto, “esse gesto de diálogo que parte do governo federal destoa do tratamento aos movimentos sociais que tem marcado a política desta gestão. Parece que as revoltas que se espalham pelas cidades do Brasil desde o dia seis de junho tem quebrado velhas catracas e aberto novos caminhos”.

Reforma Política

Às 16h, a presidente se encontra com governadores e prefeitos das capitais para discutir medidas que atendam às reivindicações por melhorias dos serviços públicos. Antes, ela já havia anunciado a disposição de procurar os chefes do Legislativo e do Judiciário para tratar da crise. Com relação ao Legislativo, Dilma apontou a Reforma Política como um dos caminhos para colocar o Poder Público em sintonia com os anseios populares.

“Precisamos dar mais transparência e tornar mais permeáveis as nossas instituições políticas. A população deve ter mais controle sobre seus representantes”, afirmou em rede nacional de rádio e televisão.

Ao meio-dia, os administradores municipais participaram de reunião na sede da Frente Nacional de Prefeitos. Paralelamente, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, estará, às 15h, no Rio de Janeiro, para se reunir com o governador Sérgio Cabral e com o prefeito Eduardo Paes. O Rio foi a cidade onde se registraram os episódios mais violentos da recente onda de protestos. Cabral enfrentou na tarde de ontem uma manifestação nas imediações de sua residência, onde alguns ativistas continuam acampados.

Tensão

Pelo que vem sendo noticiado na imprensa e nas redes sociais, há uma série de atos programados para esta semana em várias cidades, um deles pretende envolver todo o país na quarta-feira (26). No caso de Brasília, está programada uma nova concentração em frente ao Congresso, mas parte dos manifestantes quer também protestar diante do Supremo Tribunal Federal (STF), onde toma posse o ministro Luis Roberto Barroso, cujo nome foi indicado por Dilma e aprovado pelo Senado.

No Distrito Federal, há manifestação marcada em Taguatinga, a maior cidade dos arredores do Plano Piloto, cuja concentração está prevista para as 14h desta segunda, na Praça do Relógio. De acordo com líderes do movimento, o protesto é contra a qualidade dos serviços públicos, a corrupção e os gastos na Copa das Confederações e na Copa do Mundo de 2014.

Em São Paulo, a previsão é que os protestos ocorram nesta terça (25). Há concentração marcada para as 7h, no Largo do Campo Limpo e no Capão Redondo. Em Belo Horizonte, onde vai ser realizada mais uma partida da Copa das Confederações (Brasil X Uruguai), justamente na quarta, tenso. Há expectativa da presença de mais de 100 mil pessoas nas ruas próximas ao estádio do Mineirão. A Polícia Militar quer manter os manifestantes fora do limite de segurança de 2 km em torno do estádio. A delimitação é uma exigência da Fifa.

Em entrevista coletiva no domingo (23), o comandante geral da PM de Minas, Márcio Sant´anna disse suspeitar da infiltração de “vândalos” nas manifestações em Belo Horizonte. Segundo ele, na quarta, “o embate será inevitável”.

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