11/10/2013 15h37 – Atualizado em 11/10/2013 15h37
Por R. Ney Magalhães
Nascido neste Sul Fronteira em 1935 minha naturalidade foi inicialmente mato-grossense. Em 1943 eu e meus conterrâneos contemporâneos, com a sábia decisão nacionalista do Presidente Getulio Dornelles Vargas instalando o Território Federal de Ponta Porã, um Estado confederado e independente, passamos à condição de Territorianos.
A economia regional deu seus primeiros passos explorando a erva-mate nativa com o monopólio da Cia. Mate Larangeira – com G mesmo. Getulio incentivou a criação de Cooperativas que melhor distribuiu as rendas. Construiu o Ramal Ferroviário da NOB – Noroeste do Brasil, abrindo as portas para São Paulo. Criou as Colônias Agricolas e promoveu a reforma fundiária limitando a venda e a dimensão das terras da União, reconstruindo Dourados detentor dos mais férteis solos da região. Liberto das decisões emanadas de Cuiabá para onde fluía sem retorno o volume dos Impostos aqui arrecadados, vivemos tempos de progresso social e econômico.
Com a Nova Constituinte de 1946 liderada pelo Presidente cuiabano Marechal Eurico Gaspar Dutra que extinguiu o Território, retornamos ao status de mato-grossenses.
Em 1966 teve inicio a transição do velho para o novo Mato Grosso, que na “Era” da administração Pedro Pedrossian instalou os Centros Educacionais nas regiões pólo e criou as primeiras Universidades, quando também foi planejado e desenhado o Mapa Rodoviário Estadual, com o DERMAT – Departamento de Estradas encurtando as distancias que nos separavam.
Desde 1964, com Presidentes Militares austeros, éticos e rígidos de caráter, com Ministros civis e técnicos, sem corrupção construíram-se naqueles produtivos vinte Anos, a infra-estrutura que permitiu o desenvolvimento atual.
Hidro Elétricas de Furnas, Urubupungá e Itaipú geraram a Energia. As Pontes sobre o Rio Parana e a pavimentação das Rodovias desde São Paulo abriram as portas para a exportação, integrando o Centro Oeste no contexto do desenvolvimento nacional. Obras dos Presidentes Castelo Branco – Costa e Silva – Emilio Garrastazu Médici, que permitiram as crescentes safras iniciadas em 1969/70 com a agricultura mecanizada neste sul maravilha. Com José Fragelli Governador do MT e o competente Paulo Coelho Machado à frente da Secretaría de Agricultura os novos colonos/ agricultores receberam apoio governamental e o agronegócio prosperou.
Em 1975 o General Presidente Ernesto Geisel lançou e executou o PRODEGRAN-Programa de Desenvolvimento da Região da Grande Dourados, estendendo as Redes de Energia Elétrica – Construindo os Armazens da CIBRAZEM – Criando Planos de Financiamento desenvolvidos pelo Banco do Brasil, entre os quais pode-se destacar o PROCAL- Incentivos de subsídios na aquizição de calcário e fósforo, corretivos essenciais e ainda o PROAGRO – Programa de Garantia das Atividades Agro-Pecuárias. Revitalizando o Ramal Ferroviário regional que passando por Maracaju e Itahum alcançava a fronteira, permitindo a chegada dos Insumos e a conseqüente exportação dos cereais.
Com essas ações governamentais o agronegócio prosperou e condicionou em 1977 a criação do Estado de Mato Grosso do Sul.
E o Presidente Figueiredo ao assumir o Governo afirmou…”Plante que o João Garante”.
E aqui estamos nós, como um Estado Rural plantando e criando gado, produzindo alimentos, gerando empregos, recolhendo Impostos. Responsável pelo equilíbrio da balança comercial, o agro brasileiro e o sul-mato-grossense continua desrespeitado pelos atuais governantes, “Sem Garantia do Direito Constitucional de Propriedade das Terras” sua principal ferramenta de trabalho.
No século passado Assis Chateaubriand já dizia…não faltou romanesco à historia “o profano do litoral não conhece as agruras do Homem do Campo, e as desconhecerá sempre”.
E afinal agora – Quem somos nós ? Somos Sul Mato Grossenses com muito orgulho.
O autor é produtor rural em Amambai