20/11/2013 09h42 – Atualizado em 20/11/2013 09h42
Fonte: Estadão
SÃO PAULO – Tinha tudo para ser apenas mais uma semifinal de campeonato, mas a briga nos bastidores que culminou com o veto ao Moisés Lucarelli esquentou o clima da partida desta quarta-feira (20), entre São Paulo e Ponte Preta, às 21h50, no Morumbi. Os ânimos da diretoria campineira se acirraram, o tom das críticas ganhou contornos bélicos e o confronto virou questão de honra para os dois lados.
Os são-paulinos tratam de minimizar o embate fora de campo e o fato de a Conmebol ter proibido o jogo de volta em Campinas, com a alegação de que o estádio não tem a capacidade mínima de 20 mil espectadores. O discurso é que a mudança de casa – o segundo jogo será em Mogi-Mirim – não afetará a série. “Vamos jogar onde mandaram. Contra o Flamengo (pelo Brasileirão) atuamos fora de casa e não ficamos reclamando. O campo será neutro”, opinou o zagueiro Antonio Carlos.
A esperança por um jogo menos tenso na semana que vem passa por uma boa vitória em casa, por isso o Tricolor tentará resolver a série hoje, com uma ampla vantagem de gols. Embora ninguém admita publicamente, ser eliminado da Copa Sul-Americana por um time sem tradição internacional mancharia a recuperação no Brasileiro e afetaria o planejamento para a próxima temporada.
A dúvida, porém, é quem estará em campo para construir essa vantagem. Muricy Ramalho tem Ademilson, Luis Fabiano e Aloísio para ocupar duas vagas no ataque e não quis abrir o jogo sobre os escolhidos. “Não vou falar, deixa isso para a hora do jogo. Se vocês (jornalistas) prestaram atenção nos detalhes, vão saber”, despistou o treinador, que já utilizou todas as formações possíveis e viu Aloísio e Ademilson apresentarem melhor rendimento. Resta saber se o técnico prescindirá de um atacante de experiência internacional na hora da decisão.
A Ponte, por sua vez, vive situação curiosa. Ela faz história em sua primeira competição internacional – o time se classificou ao eliminar o tradicional Vélez Sarsfield na Argentina –, mas no Brasileirão está à beira do rebaixamento. Ainda assim, o Tricolor espera por um adversário difícil hoje.
“O conjunto é muito bom e subiu muito com a chegada do Jorginho, mostrou-se um time de muita inteligência contra o Vélez e possui jogadores que decidem”, elogiou Muricy. Os jogadores da Ponte dizem que o time será forte mentalmente. “Isso (perda de mando) é uma estratégia que vai nos fortificar ainda mais”, afirmou o zagueiro Diogo Sacoman.
FESTA
Mas não é só de tensão que viverá a partida. Quando a bola rolar, Rogério Ceni empatará com Pelé como o jogador que mais vezes vestiu a camisa de um clube do Brasil, com 1.116 partidas pelo Tricolor. Ele já é o goleiro com mais gols na história (113). “Pelé é inigualável, não tem comparação. É um casamento legal com o São Paulo, de 23 anos. Não me faço de coitado, sou remunerado, mas tenho um carinho muito especial cada vez que visto essa camisa”, falou Rogério.