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terça-feira, 26 de novembro de 2024

Já decidiu onde vai passar o Réveillon?

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28/12/2013 09h18 – Atualizado em 28/12/2013 09h18

Por Ricardo Freire

Todos os anos, quando chega essa época, você se faz a mesma pergunta: por que viajar no Réveillon é tão caro? Esquecendo que no ano anterior estava caro também, você levanta novas hipóteses. Será que é o dólar baixo que faz os preços dos hotéis brasileiros parecer tão altos? Será que é o caos aéreo que está supervalorizando as pousadas e o aluguel de casas nas praias a que se pode ir de carro? Em parte, sim. Mas o que explica – entra ano, sai ano – a loucura dos preços é a importância que nossa cultura atribui ao Réveillon.

Em outras latitudes, a passagem do ano também é considerada alta temporada e infla um pouco o preço das diárias e das passagens. Mas, no Brasil, o Réveillon é, simplesmente, o feriado mais importante do ano. Está em nosso inconsciente coletivo que o lugar para onde viajamos e a maneira como rompemos o ano terão influência decisiva sobre nossa vida nos 365 dias que se seguirão. É isso que triplica as tabelas de preço e faz a gente se programar com uma antecedência inusitada para nossos padrões. Se você ainda não bateu o martelo, aqui vão algumas reflexões e idéias para um Réveillon menos perdulário.

No Brasil. Todos queremos pular as sete ondas. Mas, se você não quer pagar preços içados à estratosfera pela classe média alta paulista, fuja dos resorts de praia de primeira linha e evite os vilarejos mais badalados (Trancoso, Jericoacoara, Pipa, litoral norte paulista, Praia do Rosa). Os hotéis das capitais nordestinas sobem menos que as pousadas da moda. Lugares de perfil mais alternativo, com acesso complicado – como Cumuruxatiba, Caraíva e Boipeba, na Bahia, e Itaúnas, no Espírito Santo –, costumam ter preços mais palatáveis.

Praia no Caribe. Não sai barato, mas a comparação com os preços no Brasil nessa época justifica a extravagância. Passar o Réveillon num bom resort do Nordeste, saindo de São Paulo, custa, por pessoa, entre R$ 4.500 (na Costa do Sauípe) e R$ 9.300 (na Ilha de Comandatuba). Pois, na semana passada, era possível encontrar pacotes de Réveillon para Cancún por US$ 1.800 (R$ 3.600) e para Aruba por US$ 2.730 (R$ 5.460). Leve em consideração, porém, que o nível dos resorts mais em conta do Caribe é sensivelmente inferior ao dos nossos.

Em países frios. Se você está pensando em ir à Europa ou aos Estados Unidos, saiba que o grande feriado deles se chama Natal. Não espere a animação de nosso Réveillon; não há clima (em todos sentidos) nem cultura para isso. É uma época melhor para ir a cidades grandes e fazer turismo cultural, gastronômico e de compras que para ficar pingando de cidade em cidade. Toda cidade grande tem uma festa de rua – que costuma terminar cinco minutos depois da meia-noite. As festas fechadas de Réveillon são caríssimas, o melhor é percorrer os mercados e fazer um piquenique de luxo no quarto de hotel.

Outras viagens. África do Sul, Argentina (Patagônia, liquidações em Buenos Aires), México, Índia, Tailândia e Austrália são ótimos destinos para essa época. Lugares que ficam quentes demais no verão – como Egito, Marrocos e Andaluzia – também merecem ser considerados.

Em casa. Se você tem alguma solução doméstica para o Réveillon, use – e vá à praia depois. Neste ano, com o trauma dos aeroportos, a expansão dos cruzeiros e o Carnaval muito cedo (dia 2 de fevereiro), é provável que você faça bons negócios entre 7 e 24 de janeiro. Se puder esperar até fevereiro, passando o Carnaval, você vai aproveitar o mês mais seco do verão com preços de baixa temporada.

Todos os anos, quando chega essa época, você se faz a mesma pergunta: por que viajar no Réveillon é tão caro?

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