05/03/2014 10h49 – Atualizado em 05/03/2014 10h49
Relatório da Junta Internacional de Entorpecentes, Jife, sugere ainda que consumo de cocaína aumentou no Brasil; abuso de medicamentos continua sendo motivo de preocupação em todo o mundo.
Fonte: Rádio ONU
Um relatório das Nações Unidas sobre o consumo de drogas, divulgado nesta terça-feira (4), sugere que o investimento na prevenção continua sendo a melhor resposta para combater o problema.
No documento, compilado pela Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, Jife, os especialistas afirma que cada dólar investido na prevenção pode gerar uma economia 10 vezes maior.
Redes
O relatório da Jife foi divulgado em Londres, na Grã-Bretanha. Uma das preocupações, segundo o levantamento continua sendo o abuso de medicamentos e substâncias reguladas. Para a Jife, os consumidores têm uma percepção errada de que os remédios vendidos com receita não fazem mal à saúde.
Pela pesquisa, a maioria dos pacientes obteve a droga dentro da própria família ou através de amigos.
Em todo o mundo, apenas um em seis usuários é atendido pelas redes de saúde. Os serviços custam cerca de US$ 35 bilhões por ano, o equivalente a mais de R$ 115 bilhões.
América do Norte
O número piora na América Latina, no sudeste da Europa e no Caribe com um em cada 11. Já na África, é apenas um paciente para 18 usuários de drogas que precisam do tratamento. A maior parte experimentou cocaína, maconha ou heroína.
A melhor taxa de assistência vem da América do Norte, onde um em cada três usuários têm acesso aos serviços de saúde.
Ainda de acordo com o relatório da Jife, o consumo de cocaína está aumentando no Brasil. O país é descrito pelos especialistas como “rota do tráfico internacional” de entorpecentes.
Equador, República Dominicana e Brasil
Segundo dados da ONU, a prevalência de abuso de cocaína em 2013 subiu de 0,7% (população com idade entre 12-65) em 2005, para 1,75% (população com idade entre 16-64 anos) em 2011.
As apreensões de cocaína na Europa Ocidental sugerem que o Brasil, o terceiro da lista, enviou 2,3 toneladas ao subcontinente, a mesma quantidade da Colômbia e um pouco mais que o Peru.
O número 1 da relação foi o Equador com quase 14,5 toneladas. O país é seguido pela República Dominicana. Com 1,5 tonelada cada, Argentina e Chile também figuram na relação entre os sete países que mais enviam drogas à Europa.
Prazo Final
Os especialistas da Jife lembraram que o Brasil não entregou o relatório sobre a situação das substâncias psicotrópicas no país até o prazo final, em junho passado.
O levantamento da ONU cita ainda do abuso de drogas em várias regiões do mundo. Na Europa, por exemplo, substâncias psicoativas como sais de banho e drogas legais são um grande desafio.
Já na América Central e no Caribe, os problemas são o tráfico de drogas associado a altos índices de violência. A produção de metanfetamina também sobre na região.
África
Além disso, a América Latina continua sendo uma das maiores rotas para a venda de cocaína na América do Norte e na Europa. A Jife estima que mais de 90% da droga traficada para os Estados Unidos saiam da Colômbia e passem pelo México e pela América Central.
Já na África, houve um aumento global no tráfico de entorpecentes. Somente no leste do continente, o número de apreensões de heroína foi 10 vezes maior no ano passado. A África tem ainda o dobro da média global de consumo de maconha.
A Junta mantém-se preocupada com decisões de legalização da cannabis para uso recreativo em partes dos Estados Unidos e no Uruguai. Os especialistas lembraram que a decisão viola os termos da Convenção de 1961 que determina o uso da maconha apenas para fins médicos e científicos.