30/03/2014 09h00 – Atualizado em 30/03/2014 09h00
Fonte: Mega Curioso
Quem nunca pensou em colocar sorrateiramente um pouco de testosterona na bebida de seus amigos para ver os cabelos dele crescer um pouco mais? Ou mesmo quem é que nunca pensou: “será que se fizer isso, vai realmente funcionar”? Pois é chegada a hora de pensar com um viés mais científico sobre o assunto e descobrir se a brincadeira valeria o esforço.
Bom, para começar, a testosterona é realmente muito interessante. De acordo com informações do canal do YouTube do The Medicine Journal, trata-se de um hormônio esteroide de um grupo chamado de Androgênio, cuja função de seus componentes é afetar várias características do corpo masculino, principalmente durante os períodos de passagem da infância para a idade adulta.
Entre as principais mudanças no organismo relacionadas com a testosterona, podemos citar o desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos, o aumento da tonalidade grave na voz, o crescimento da massa muscular e o aparecimento de pelos em diversas regiões do corpo — incluindo a manutenção do crescimento capilar.
Falando nisso, é interessante notar que a circulação dos mesmos hormônios androgênicos também é responsável por concentrar o crescimento de cabelos (ou de pelos) em determinadas áreas do corpo, como no peito ou nas costas. Por outro lado, é essa mesma ação que limita o aparecimento em outros lugares, como no couro cabeludo.
Grande parte da testosterona masculina é produzida pelas glândulas de Leydig (dentro dos testículos), enquanto uma pequena parte é proveniente das glândulas suprarrenais. Vale salientar que esse hormônio é sintetizado a partir da degradação do colesterol, sendo distribuído pelo corpo do homem por meio dos vasos sanguíneos.
São dos carecas que elas gostam mais
No caso dos cabelos, a testosterona chega até os folículos capilares passando pelas papilas dérmicas do couro cabeludo. Uma vez que o hormônio chega nesse local, ele ajuda ou atrapalha os folículos a fazerem os cabelos crescerem com cores, comprimentos e espessuras diferentes. No entanto, a falta desse hormônio ou a má recepção dele pelas células capilares causa uma inibição do crescimento de suas madeixas.
Felizmente, os cientistas descobriram que os folículos capilares contam com sequências individuais de genes dentro de cada um deles. Essa diferenciação faz com que a receptividade de androgênio, fazendo com que alguns genes sejam estimulados a produzir cabelo, enquanto outros sejam totalmente inibidos. Por essa razão, há áreas em nosso corpo que continuam a produzir pelos ativamente mesmo depois que outras já pararam.
Isso explica também a razão de pessoas que possuem grande disponibilidade de pelos faciais (as adoradas barbas) e em outros lugares do corpo, quando os folículos no topo de suas cabeças já podem ter “morrido” há algum tempo. Dessa maneira também podemos justificar a eficácia dos transplantes de cabelo realizados com folículos removidos de outras partes do corpo — já que os genes em questão são intercambiados por outros que funcionam.
Nem tudo está resolvido
Apesar dessa aparentemente simples descrição de funcionamento, o processo específico que permite que cada gene seja precisamente expresso junto com suas características de funcionamento ainda não é totalmente compreendido pelos cientistas. O que os estudiosos já sabem é que a maior parte dessas informações são programadas diretamente no útero materno, no decorrer do processo que terminará com o parto.
Portanto, é melhor deixar as brincadeiras de colocar testosterona nos copos de seus amigos de lado, uma vez que não é garantido que ela funciona. Na realidade, isso poderia acabar muito mal.