02/04/2014 15h49 – Atualizado em 02/04/2014 15h49
Por: Artur Salles Lisboa de Oliveira
O Brasil, segundo a FIFA… E comentários.
Abaixo seguem algumas sugestões feitas pela revista oficial da FIFA quanto aos desafios que os turistas, jornalistas e delegações das seleções deverão enfrentar aqui no Brasil durante a realização da Copa do Mundo.
1. Sim nem sempre significa sim.
Realmente de grande importância que os estrangeiros compreendam que tudo que é dito no Brasil deve ser relativizado, ou seja, se ao indagar alguém quanto à proximidade de um determinado local a resposta for algo tipo “é aqui perto”, a pessoa deve considerar a hipótese de estar a dezenas de quilômetros de distância do ponto procurado.
2. Horário flexível.
Os estrangeiros devem rapidamente se acostumar com o tradicional atraso dos brasileiros, justificado na maioria das vezes com comentários do tipo “tenho trabalhado demais; o trânsito está uma loucura”. Não que os argumentos não sejam verdadeiros, mas nós não fazemos nenhum esforço para cumprir horários mesmo sabendo do tráfego caótico das grandes cidades do Brasil. Antecipação e planejamento não são pontos fortes.
3. Contato físico.
É bastante provável que muitos estrangeiros se assustem com o grau de intimidade que alguns brasileiros podem demonstrar após 5 minutos de conversa. Uma mão nos ombros selará a amizade entre meros desconhecidos.
4. A lei dos mais fortes.
Muita atenção a esse aspecto. As leis de trânsito não determinam quem detém a prioridade de passagem nas vias; quem possuir o maior veículo terá o prazer de impor passagem aos menores e, quem sabe, provocar um grave acidente.
A faixa de pedestre é um tópico essencial: mesmo que os carros, surpreendentemente, parem com o fechamento do sinal, ainda assim é recomendável que os transeuntes tomem muito cuidado com as motos, que costumam “ziguezaguear” entre os automóveis e ignorar completamente as leis de trânsito mais elementares.
5. Paciência.
Não se preocupe se algo não acontecer como o previsto. Na verdade, previsões e plano de metas são meras formalidades burocráticas para dar a sensação que está tudo sob controle. Se algo não terminar hoje, será finalizado depois de amanhã e assim por diante. O orgulho do brasileiro não está na qualidade da obra e no cumprimento do prazo, mas sim na malandragem de conseguir o objetivo mesmo que aos trancos e barrancos.
E viva a Copa do Mundo.
Artur Salles Lisboa de Oliveira é colunista da Revista Exame (Blog Meandros das Bolsas).