16/06/2014 11h02 – Atualizado em 16/06/2014 11h02
Por Artur Salles Lisboa de Oliveira
As pessoas que acompanham as variações do câmbio diariamente ficam confusas quando percebem que, na realidade, o preço da moeda americana praticado em um pacote de viagem não é igual à taxa à vista publicada na imprensa. Nesse caso, o dólar turismo é utilizado como parâmetro.
Uma das razões é que a taxa de câmbio brasileira é flutuante, ou seja, o seu valor é determinado pela lei da oferta e demanda.
O Banco Central do Brasil divulga em bases diárias uma média das taxas praticadas no Brasil por todas as instituições autorizadas a negociar dólares (bancos, corretoras e agências de viagens), sendo este referencial conhecido como PTAX.
O dólar comercial e o turismo
O primeiro serve de referência para o Comércio Exterior, ou seja, para as operações de pagamento envolvendo diferentes países que trocam produtos e serviços entre si. Já para o fechamento de posições no mercado financeiro, em geral é utilizado o dólar à vista.
Por outro lado, o dólar turismo é utilizado para o pagamento de pacotes de viagens ao exterior, além de débitos contraídos em moeda estrangeira mediante o uso de um cartão de crédito. Segundo o gerente de câmbio da TOV Corretora, Fernando Bergallo, o dólar turismo tende a superar as demais modalidades entre R$ 0,10 a R$ 0,15.
De acordo com o profissional citado, o fator de encarecimento do dólar turismo é o custo que as instituições têm para a manutenção das notas físicas, o que abrange, transporte, custódia e seguro.
Vale salientar que a modalidade utilizada para a emissão de passagens internacionais não incluídas em pacotes de viagens é o dólar comercial, que em geral oscila em um patamar inferior ao dólar turismo.
Sugestões
É importante ficar atento às taxas praticadas pelas instituições autorizadas a negociar dólares, já que aquelas costumam cobrar valores distintos por conta da característica flutuante do mercado cambial brasileiro. Assim, as empresas praticam taxas diferentes para operações efetuadas de formas distintas, como o fechamento de transações por telefone ou de forma presencial em uma loja.
Também é recomendável atenção às taxas que incidem sobre a compra de dólares em papel (0,38% de IOF sobre o valor adquirido), sendo que o mesmo valor incide sobre as transações realizadas com cartões de débitos.
Vale ressaltar, por fim, que as operadoras de cartões de crédito cobram a cotação vigente no dia do vencimento, e não no dia da compra como muitos equivocadamente pensam. A referência nesse tipo de transação pode ser tanto o dólar turismo como o comercial.
Artur Salles Lisboa de Oliveira é administrador de empresas e colunista da Revista Exame (Coluna Meandros das Bolsas de Valores).