20/06/2014 10h33 – Atualizado em 20/06/2014 10h33
Fonte: R. Ney Magalhães
A fronteira sul do Estado liderada por Ponta Porã, sede da Federação das Cooperativas de Mate teve como primeiro Deputado o ervateiro Adjalmo Saldanha, coronel fazendeiro na região de Amambaí/Iguatemi. Passou o Bastão para o seu cunhado advogado e também líder ervateiro, o advogado Aral Moreira.
Naqueles tempos fazíamos parte do território do grande Estado de Mato Grosso, cuja Capital Cuiabá, dominava e ditava as regras políticas do desenvolvimento e de nossos destinos. Mais ou menos como atualmente, quando Campo Grande com um maior eleitorado, concentra e ali mesmo aplica quase todo o volume dos Impostos arrecadados no MS.
Nós do Sul continuamos sempre com as migalhas.
È tempo de “inleições”, agora vão aparecer máquinas para arrumar nossa estrada, diria o simples homem do campo e residente na zona rural.
Pois bem, os coronéis de Campo Grande e redondezas que tanto desejavam dominar os cofres públicos tentavam de todas as formas dividir o Estadão e fazer do seu feudo a Capital do Sul. Após revoluções e politicagens finalmente em 1977/78 com a introdução e as grandes arrecadações do agronegócio, conseguiram seu intento.
No inicio da década de 1970, com Médici e depois Geisel na Presidência da Republica o Brasil a cada safra agrícola alcançava recordes de produção e assim o desenvolvimento no sul do MT fortaleceu-se e condicionou a instalação do novo Estado.
Agricultores do Rio Grande do Sul iniciavam “aqui” a Segunda Colonização Gaucha.
As primeiras lavouras mecanizadas instaladas a partir de Amambaí foram se expandindo para Ponta Porã, Maracaju e finalmente aqueles modernos agricultores alcançaram Dourados, Rio Brilhante e São Gabriel do Oeste chegando a São Pedro do Apaporé, hoje Chapadão do Sul. Ultrapassando as fronteiras de Goiás subiram para o Norte Brasileiro.
Portanto, o agronegócio instalado nos Governos Militares além de criar o Estado do Mato Grosso do Sul salvou a economia brasileira da inércia e da incompetência dos últimos presidentes, desde Tancredo/Sarney até os dias atuais, ressalvando-se apenas FHC e o Plano Real.
E como é tempo de eleições, as cidades interioranas tem recebido freqüentes visitas de políticos governantes e outra vez candidatos. As patrolas também estão de volta raspando o que restou das velhas estradas construídas em 1979/80 na época da criação do MS. Porem, sem aterros e sem cascalho essas operações são inoportunas, pois com a acão das chuvas ao longo dos anos provocaram erosões e extinguiram cabeceiras e vertentes de água.
Aqui pelo Cone-Sul incoerentemente com a implantação do Imposto do FUNDERSUL o Governo Zeca fechou o DERSUL que deveria ser o Órgão executor. E o governador Pucineli na primeira semana de seu mandato agravou o problema terceirizando aqueles serviços. Assim, nestes últimos dezesseis anos as estradas de terra simplesmente acabaram e são chamadas agora pelos usuários como Enxurradas Estaduais.
A única estrada/tronco asfaltada é a Guairá-porã, que finalmente após TRINTA E DOIS ANOS de sua construção está sendo restaurada, notando-se que continua sem o devido acostamento necessário e obrigatório.
Planos e Mapas Rodoviários nunca mais ficaram acessíveis aos contribuintes.
Nomes ou números das estradas não existem. Nesta região produtora de grãos o sistema está um caos.
Responsável pelo equacionamento da Balança Comercial Brasileira o agronegócio poderia estar contribuindo muito mais com o desenvolvimento do Estado e da sociedade, não fosse a omissão dos Governantes.
O Presidente Washington Luis adotou o “slogan” Governar é Construir Estradas.
Juscelino, Médici e Geisel fizeram isso no Brasil e Pedrossian no MS.
A corrupção e a incompetência é a marca do atual Sistema Político.
O autor é Produtor Rural em Amambai.