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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

1964 – Cinquenta anos depois

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08/07/2014 08h39 – Atualizado em 08/07/2014 08h39

Por: R. Ney Magalhães

1964 e as eleições de outubro de 2014.

Em 1964 o racionamento de alimentos, filas nos Supermercados com a falta de feijão, arroz, carnes, trigo e outros produtos básicos causavam revolta popular.

Como cidadão bem vivido, pois já anteriormente em 1954, cumprindo o serviço militar no Onze de Cavalaria de Ponta Porã conheci de perto os últimos anos do Governo de Getúlio Vargas, inclusive cumprindo por mais um ano na caserna, o Estado de Sítio decretado após o suicídio daquele Presidente.

Já formado profissionalmente e casado desde 1960, como produtor rural e com funções terceirizadas na Carteira Agrícola no Banco do Brasil, nesse tempo como qualquer outro cidadão responsável, embora residindo nesta fronteira distante dos grandes centros, vivenciei a calamidade e o desgoverno que assolava a Nação.

O povo aplaudiu o Congresso e os Partidos quando estes convocaram os Militares para pacificar o País.

Assim a partir de 1964 o Brasil viveu então duas décadas de governos presididos por Generais, que com Ministros civis e técnicos construíram a infra-estrutura básica para o desenvolvimento e progresso do País. O novo Regime visava restaurar a Democracia fragilizada por Governantes ineptos contestados pelo Povo nas Ruas, em manifestações similares às que se observam hoje nas grandes cidades brasileiras, com pouca visibilidade na mídia nacional.

O ultimo Presidente/General João Figueiredo, reabriu a Democracia plena com todos os direitos constitucionais restabelecidos, anistia geral e irrestrita inclusive para os cidadãos que até então discordavam daquele regime governamental.

Aproveitadores baderneiros, como os mascarados black-blóc de hoje, que assaltaram Bancos e seqüestraram autoridades em ações de guerrilhas condenáveis, também foram anistiados utilizando-se das liberdades da democracia plena restabelecida.

Anistiar esses “bandidos” foi talvez a maior falha e o pior legado herdado dos Presidentes Militares.

Aconteceram então as Eleições Indiretas para Presidente, onde somente votaram os Delegados dos Partidos, sendo eleitos, Tancredo Neves para Presidente e José Sarney vice.

Observe-se que, a legislação eleitoral exigia que as chapas apresentadas registrassem nomes de um mesmo Partido Político, assim o José Sarney que pertencia ao recém criado PFL não poderia ser candidato a vice na chapa de Tancredo Neves.

Artimanhas e manobras permitiram a Sarney trocar de partido na ultima hora, e ele assinou a ficha do PMDB, para a desgraça do Brasil contemporâneo.

Antes da posse do Presidente eleito, quis o destino que o político conservador mineiro, ex PSD, falecido vitima de uma “diverticulite” fatal, não assumisse o governo.

Para evitar uma nova eleição, surgiram novas manobras políticas com o sistema do “toma lá, dá cá” denunciado na época pelo Deputado paulista Roberto Cardoso Alves.

E com esse “pré – mensalão” estabelecido, o vice Sarney e seu novo Partido o PMDB, assumiram a desejada chave mestra dos cofres públicos.

A Nova Constituição que haviam escrito, sindicalista de um lado só, era recheada de direitos populares e populistas.

Surgiu então o fenômeno Collor que pregando moralidade com a derrubada dos “marajás” e sem “emendas e mensalões” perdeu a sustentabilidade no Congresso e foi cassado.

O grande mal da insuficiência de produção e a alta inflação assolavam o País.

Nesse quadro dramático o mineiro moderador Itamar Franco, como vice assumiu a Presidência naquele mandato, convidando o neo-socialista FHC para tratar
da Economia e Finanças, quando criaram e implantaram o Plano Real, que naquele momento foi a salvação do Brasil.

FHC elegeu-se e reelegeu-se, sob essa tutela, e com a primeira dama criando bolsas, cotas para pseudas ou tidas minorias. Até ditando normas para que órgãos governamentais de segundo escalão, leia-se Funai, assumisse Portarias/ compromissos, criando conflitos na Questão Fundiária Indígena, maculando o sagrado Direito de Propriedade, explicito na Carta Magna da Nação.

Eis que surge no cenário político nacional um movimento autêntico de trabalhadores sofridos e desejosos por mudanças. Respaldados por Sindicatos e por intelectuais e artistas, que com a sigla PT alcançou o Poder.

Aliando-se ao PMDB e a outras siglas menores oficializaram o “toma lá dá cá” do passado, que com Emendas Parlamentares e o Mensalão julgado e comprovado no STF passaram a governar por Decreto Lei.

O Partido que chegou para promover mudanças comportamentais na sociedade brasileira, com igualdade e cidadania já não é mais o mesmo.

Seus mais importantes idealizadores abandonaram a sigla, e os que permaneceram estão milionários no Poder, sendo que a cúpula do comando partidário foi condenada por corrupção e seu atual endereço é o Presídio da Papuda em Brasília.

No final deste 2014 encerram-se doze longos anos da Era PT.

Foi mais ou menos assim que assisti aos últimos cinquenta anos da vida Política do meu País.

Ex Militante Político do PTB da Era Vargas – ARENA 2 – PDS 2 – PFL.
Hoje aos 79 Anos – Sem filiação Partidária.

1964 – Cinquenta anos depois

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