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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

A Famasul perde um líder

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05/08/2014 19h16 – Atualizado em 05/08/2014 19h16

Por R. Ney Magalhães

Sylvio Mendes Amado o “mineiro vendedor de touros”, neste inverno em que havia completado seus gloriosos noventa e cinco anos de idade partiu para a invernada lá de cima, legando para os novos líderes rurais ensinamentos de trabalho, paz e esperança.
Por mais de meio século trabalhamos juntos na vida Sindical Rural.

Logo nos primeiros Governos Militares de 64, como Delegados da FAMATO, com o presidente Gabriel Muller e da CNA Flavio da Costa Brito idealizamos a criação do FUNRURAL, como instrumento das aposentadorias e benefícios de saúde para todos os Trabalhadores Rurais.

Criamos e instalamos diversos Sindicatos Rurais no sul do então MT.

Nossos Sindicatos Rurais foram os primeiros do País a aposentar Trabalhadores Rurais.
Com a divisão do MT e criação do MS, com agilidade conseguimos instalar a FAMASUL como a primeira Entidade Classista no Novo Estado.

Em 1981 realizamos o Primeiro Congresso Nacional de Soja, iniciando o agronegócio e valorizando a participação do MS nesse contexto produtivo. Hoje a Soja é o carro chefe da economia estadual.

Considerando que a falta de mão de obra especializada, era o maior entrave para o desenvolvimento de nosso setor produtivo rural, a formação e capacitação técnica eram imprescindíveis e urgentes para o desenvolvimento rural brasileiro. Uma batalha árdua foi aprovar a Contribuição Conferderativa Sindical Rural, única forma de arrecadação de recursos financeiros para criarmos o SENAR, até então burocratizado no Ministério do Trabalho. A maior dificuldade, e que deixou seqüelas insanáveis, pelo menos para mim, foi a oposição dos latifundiários improdutivos aqui do nosso próprio MS.

Felizmente, nestes novos tempos a FAMASUL com o SENAR consolidado, sob a presidência do produtor rural o líder Eduardo Rieddel e sua Diretoria, seguem esse trabalho, defendendo e valorizando o homem do campo.

A agricultura mecanizada iniciada na Safra 1969/70 com a Segunda Invasão Gaucha do Sul do Mato Grosso modificou a paisagem que ao transformar os campos nativos de barba de bode em searas produtivas, recriou o social e a economia, condicionando em apenas sete anos a criação do Estado de Mato Grosso do Sul.

Essa etapa da historia e de nosso passado deve obrigatoriamente incluir o “mineiro vendedor de Touros” – Sylvio Mendes Amado.

Naquele momento épico, como presidente do Sindicato Rural de Ponta Porã, ainda com base territorial no município de Amambaí e filiado à FAMATO – Federação da Agricultura do Estado de Mato Grosso tive a honra de recepcionar os primeiros colonos-agricultores mecanizados que chegavam de IBIRUBÁ – RS.

Transcorria o ultimo ano do primeiro mandato do Engenheiro Pedro Pedrossian PTB/PSD como Governador. Ele que havia criado as primeiras Universidades e os grandes Centros Educacionais Regionais como primeiros passos na organização social e cultural de nossa terra, também havia iniciado obras de infra-estrutura como a drenagem e aterramento nas margens do Paranazão, na Colônia de Mundo Novo, futuro portal de entrada do progresso que deveria vir do Sul do País. Seu sonho era abrir as portas do Estado para o desenvolvimento.

Seu sucessor o advogado José Fontanillas Fragelli UDN, nomeou como Secretario de Agricultura o advogado e pecuarista Paulo Coelho Machado, a quem naquele governo coube a responsabilidade de amparar os primeiros passos do agronegócio que iniciávamos neste Sul do MT.

Oriundo da Secretaria de Agricultura do governo anterior, de política adversária, porem como amigo do sindicalista rural Paulo Machado fui convidado por ele a continuar e participar naquela assessoria aos novos colonos. E para cumprir essa missão congreguei os líderes sindicais rurais Helio Capilé de Amambaí, Sylvio Mendes Amado de Campo Grande e Gustavo Adolfo Pável presidente do S.R. de Dourados, com apoio político e logístico do Gabriel Julio de Mattos Muller presidente da FAMATO. Esta introdução representa mais ou menos o inicio da Historia que pretendo transformar em um Livro sobre a SEGUNDA COLONIZAÇÃO GAUCHA DO SUL DO MATO GROSSO.
Tudo isso aconteceu na vigência dos Governos Militares pós 1964. Foram anos promissores e produtivos, que como produtor rural assisti e participei ativamente dos programas de incentivos e apoio da Carteira Agrícola do Banco do Brasil, era fácil ser representante de uma Classe. E principalmente porque não havia discriminação ideológica, e os governantes eram probos e patriotas.

A participação do mineiro Sylvio Mendes Amado nessa epopéia confirma que a nossa terra abençoada foi então transformada em um porto seguro para brasileiros de todos os rincões da Pátria. Valeu Sylvio.

Ramão Ney Magalhães, 79 anos, é produtor rural em Amambai.

R. Ney Magalhães

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