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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Kidiaba, a muralha da glória

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Era inevitável que acontecesse algum dia: um time de fora da Europa ou da América do Sul chegou à final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA pela primeira vez. O autor da memorável façanha é o africano Mazembe, que a deve aos dois gols marcados contra o Internacional e, principalmente, à atuação impecável do goleiro Muteba Kidiaba.

Curiosamente, Kidiaba poderia ter aparecido na súmula da partida unicamente como treinador de goleiros. Em todo caso, era para essa profissão que ele se preparava há pouco mais de um ano, ao se aproximar do seu 34º aniversário. Em vez disso, porém, o arqueiro decidiu prorrogar a aventura por algumas semanas a fim de participar da edição de 2009 do Mundial. E as semanas acabaram virando meses — 12, mais precisamente — e eis que o saltitante Kidiaba voltou aos gramados de Abu Dhabi.

A primeira participação do arqueiro dos “corvos”, como são conhecidos os jogadores do clube da República Democrática do Congo, não entusiasmou. Às defesas fantásticas se somou um cartão vermelho que talvez tenha custado a derrota do time na decisão do quinto lugar, contra o Auckland City. “Eu queria apagar essa lembrança ruim e ajudar a minha equipe, em vez de prejudicá-la”, explicou ele ao FIFA.com após a vitória sobre o Colorado. “Mas não se deve lembrar as atuações de um só jogador. Foi uma equipe unida e bem preparada que realizou essa proeza.”

O Mazembe, que surpreendeu a África ao conquistar a Liga dos Campeões, contrariou também todos os prognósticos e estatísticas nos Emirados Árabes, enchendo o continente inteiro de alegria. “Estamos orgulhosos de colocar as cores da África em destaque”, diz Kidiaba. “Imaginamos que todo o povo congolês, quiçá africano, esteja torcendo por nós, assim como todo o continente apoiou Gana na África do Sul.”

Aliás, foi a campanha ganesa no Mundial sul-africano que inspirou os jogadores do Mazembe. “A África deveria viver um grande ano em 2010, mas a Copa do Mundo foi um pouco decepcionante para as equipes africanas”, lamenta o guarda-metas da seleção da RD do Congo. “Gana nos mostrou o caminho. Agora estamos na final e a taça está ao nosso alcance. Espero que tenhamos braços fortes para agarrá-la.”

Goleiro de nascimento
Braços que Kidiaba já mostrou saber usar muito bem. Os atacantes do Inter se deram conta disso, embora o clube brasileiro tenha chegado para o confronto como favorito — o mesmo status que a Internazionale terá na outra semifinal, contra o Seongnam. “O que fizemos hoje, o Seongnam pode fazer amanhã”, anuncia a muralha do Mazembe.” Provamos que o jogo é jogado dentro de campo — e só lá. Se os coreanos acreditarem como nós, a partida está longe de estar decidida de antemão.”

Foi essa a mensagem que o treinador senegalês do Mazembe, Lamine N’Diaye, transmitiu a Kidiaba e Cia. “Ele nos preparou insistindo em duas coisas: trabalho, porque sem ele o talento não serve para nada, e concentração, porque sem ela o trabalho é inútil”, revela o jogador, que comemora 35 anos em fevereiro. “A nossa outra força é a solidariedade. Estamos preparados para morrer um pelo outro em campo.”

Para explicar o seu êxito pessoal, porém, Kidiaba usa outra abordagem. “Eu só tenho o futebol”, justifica. “Nunca tive outro trabalho para ganhar a vida, então devo treinar para fazer o que sei da melhor forma possível. Mas o verdadeiro segredo é que já nasci goleiro!”, brinca.

Fonte: FIFA.com

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