17/11/2014 20h59 – Atualizado em 17/11/2014 20h59
Por R. Ney Magalhães
Transição segundo Ximenes e Houaiss, pode ser definida como passagem de um ponto para outro, de estado, assunto, condição de acertos etc., transa seria uma expressão melhor colocada, pois nesse caso é cobra comendo cobra.
Pelo menos foi o que se observou nos debates e nas propostas da campanha política dos candidatos a Governador.
Detendo e focando nossa imaginação apenas nos três principais Partidos que militam no MS, acredito que no resultado da Eleição prevaleceu a lógica expressada nas Ruas, em manifestações populares. Também ficou claro que o atual Governador não aceitou a indicação da candidatura do ex-prefeito Nelsinho Trad pelo seu PMDB. Qualquer observador, mesmo este simples interiorano chegou a essa conclusão após o apoio de Pucinelli na manutenção do bis na coligação nacional. A presença do vice –Temer, com acenos de Ministérios e “otras cositas mas” norteou ou desnorteou o governador que ora se retira. Com essa premissa priorizou a meta de somar mais um voto no Senado para a Dilma, e um apoio traíra para Delcídio, pois é dando que se recebe.
Havia ainda a agravante posição do Deputado Estadual Marquinhos, irmão de Nelsinho, candidato declarado a Prefeito da Capital na próxima eleição, temendo essa concorrência resolveu-se cortar o mal pela raiz. Marcos Trad, herdeiro de idéias e atos do querido e saudoso amigo o Deputado Federal Nelson Trad do autentico PTB de Vargas e de Pedrossian, foi intransigente com as vontades autoritárias de Pucinelli durante os oitos anos de mandato, evitando muitos males para o MS e para a população. Por essa situação Nelsinho foi traído e sua candidatura boicotada pela cúpula da Ala majoritária do PMDB.
Por outro lado a eterna candidatura de Delcídio do Amaral, sempre contestada pela ala autentica do PT parecia enfim ter conseguido unanimidade dentro do partido. Errou feio porem, quando nomeou para vice um nome ortodoxo, com rótulo de direita extremista, um sósia de Sarney tupiniquim. Na Campanha do segundo Turno eliminou e escondeu todas as propagandas, cavaletes, cartazes etc. onde apareciam juntos, mas já era tarde.
O desejo era que o PR de Londres indicasse para vice um ex-secretario de Pucinelli, já derrotado como candidato a prefeito da capital. Outro pretendente, deputado estadual interiorano do finado PFL também brigava por essa indicação, assim também como o Governador agora eleito foi flertado e quase namorado a assumir a vaga de candidato a Senador na chapa de Delcidio. Parabéns aos verdadeiros amigos que o demoveram daquele suicídio político.
Até o Lula apareceu por aqui para acalmar o Zeca. Uma “lingüiça” política tão enrolada e misturada quanto a de Maracaju. Cabe ao leitor optar por outra interpretação.
Esperamos e confiamos em mudanças, especialmente no maior fator limitante, aqui neste Sul Maravilha, cone-sul do MS, do desenvolvimento do agronegócio que é a falta de “estradas de produção” as Rodovias MS sem asfalto, sem a elevação necessária e sem cascalhos e ainda sem pontes compatíveis com a modernidade.
Entendemos que Estradas de Produção são as vicinais estaduais e municipais que dão acesso às lavouras nos locais de colheita, e aos embarcadouros de gado nos currais de bovinos. Pagamos ICMS, IPVA e até o inconstitucional FUNDERSUL para termos esse direito.
E aqui reafirmo, se o Município penetra na área rural até para taxar o ITR nos moldes do IPTU porque não assume a responsabilidade de construir as mesmas Benfeitorias exigidas pelos urbanos, no mínimo o asfalto até seu local de trabalho.
O PT governou por oito anos quando criou o FUNDERSUL, também conhecido como Mensalinho, e por incrível que pareça eliminou e extinguiu o DERSUL – Departamento de Estradas de Rodagem, o órgão que deveria gerir os recursos daquele novo Imposto.
O PMDB que agora finda mais oito anos de mandato, não só aumentou as alíquotas do FUNDERSUL como também terceirizou os serviços de conservação e desarticulou o que restava da antiga estrutura estradeira.
O caos se instalou no transporte de insumos e escoamento da produção.
Mapas Rodoviários do MS também nunca mais foram disponíveis para os usuários!!!
O MS deve ser o único Estado Brasileiro que não tem DER.
Instalação ou recriação do DERSUL Já… diriam os ativistas!!!
A vitória do produtor rural Reinaldo Azambuja abre perspectivas alvissareiras para o setor, e o feito não foi êxito somente do seu partido o PSDB, mas sim de todos os trabalhadores produtivos e comerciais, um leque de eleitores sem comprometimentos partidários.
Acredito e espero que as reivindicações aqui citadas, sobre estradas transitáveis o Ano todo por caminhões de carga, já devam ter sido entregues ao então candidato Reinaldo, detalhadas em documentos elaborados pelos líderes rurais, por ser este o “maior fator limitante do desenvolvimento do MS”.
E, conforme li por aí – O PLUS do FUNDERSUL – o orçamento que ora aportou na Assembléia Legislativa será de 13 bilhões e 57 milhões com a peça orçamentária prevista de 412 milhões ao FUNDERSUL, quase o dobro do exercício de 2014.
Enquanto a Imprensa continuar mais ou menos livre…
O autor é Produtor Rural em Amambai / Eleitor sem filiação partidária